Pesquisador da Embrapa alerta sobre
o carrapato que pode transmitir a febre maculosa
- Ciclo biológico do carrapato-estrela (ilustração Aragão e Fonseca, 1961)
- Luiz Antonio da Silveira Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), entomólogo, conhece bem o carrapato-estrela, Amblyomma cajennense.
Ele explica que sua ocorrência pode estar em todas as regiões do país e sua picada, além de produzir intenso prurido no local e lesões na pele, pode inocular a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre-maculosa. (Obs. Não são todos os carrapatos que são hospedeiros da bactéria). “Como esse carrapato é importante para a saúde humana, são frequentes as campanhas públicas de prevenção à doença, porém poucas informações são fornecidas sobre o carrapato vetor”, acredita o pesquisador.
Para Melo, “essas informações são muito importantes para evitar a aquisição da doença, que pode atingir a população rural ou urbana”.“O ciclo inicia-se pela larva ou micuim (1) que é um carrapato minúsculo, com 6 pernas, difícil de se ver. Por isto as pessoas são mais picadas nessa fase”, diz. Após alguns dias alimentando-se do hospedeiro (2), as larvas vão para o solo, trocam de pele e passam à ninfa (3), que tem 8 pernas, voltando para o hospedeiro.
Nessa fase os carrapatos têm por volta de 4mm de comprimento, são castanho-escuros e facilmente visíveis. Sugam sangue até ficarem “inchados”, voltam para o solo, passam para a fase adulta (4) e retornam à última hospedagem, onde há o acasalamento (5). Depois, o macho morre e a fêmea permanece sugando sangue até ficar ingurgitada (bem gorda), caindo ao solo para fazer a postura (7) que pode ter de 5 mil a 8 mil ovos.O pesquisador explica que, “para chegarem no hospedeiro, o carrapatos sobem pela vegetação, principalmente em capins e ficam à espera da passagem de um animal ou de uma pessoa, agarrando-se a ela.
Na época de grande infestação, podem também chegar pelo chão, subindo pelos pés”.Os hospedeiros preferidos são os equídeos - cavalos, mulas e outros, mas atacam outros animais como capivara, veado, boi, porco, cão, carneiro, coelho, tatu, gambá, rato, algumas aves, lagartos, cobras e os humanos.A contaminação pelo agente da febre-maculosa só ocorre se os carrapatos estiverem infectados. Eles são os responsáveis pela manutenção da bactéria na natureza, juntamente com capivaras e outros grupos de mamíferos silvestres. O carrapato fica infectado durante toda sua vida e por muitas gerações, podendo transmitir a bactéria em qualquer fase.“A transmissão da bactéria se dá após 4 a 6 horas de sucção de sangue.
A contaminação pode também ocorrer por lesões na pele, como por exemplo, quando o carrapato é morto por esmagamento com as unhas, prática esta que não deve ser realizada”, enfatiza Melo.Prevenção ao AtaqueA melhor maneira de prevenir o ataque do carrapato e a doença é evitar o trânsito em áreas visitadas por capivaras - proximidades de rios, córregos, lagoas e áreas de pastejo, principalmente de equinos.
Outra forma comum de infestação de carrapatos é nas proximidades de residências, levados por cães que vivem soltos. Nesse caso, a prevenção é pelo tratamento dos animais.Para o pesquisador, é importante que esses cuidados sejam tomados particularmente nas épocas do ano de maior ocorrência das formas jovens dos carrapatos que, no Estado de São Paulo, vai de abril a setembro, com maiores populações (picos) de larvas em maio e de ninfas em agosto/setembro.
Os períodos de incidência estão relacionados a condições de seca e baixas temperaturas (tempo seco e frio) para as formas jovens e de maior umidade e temperatura (tempo úmido e quente) para adultos.Contudo, há sobreposições das épocas de ocorrência das fases.
Por exemplo, em abril, maio e agosto ocorrem larvas, ninfas e adultos; em setembro e outubro há ninfas e adultos e de maio a agosto ocorrem larvas e ninfas.Mudanças climáticas, ao longo dos anos, podem alterar as épocas de ocorrência.
O período de incubação é de 7 a 10 dias. Se neste período ocorrer uma espécie de "gripe" forte, a pessoa deve procurar um posto de saúde e solicitar o tratamento específico que é simples e está disponível.
o carrapato que pode transmitir a febre maculosa
- Ciclo biológico do carrapato-estrela (ilustração Aragão e Fonseca, 1961)
- Luiz Antonio da Silveira Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), entomólogo, conhece bem o carrapato-estrela, Amblyomma cajennense.
Ele explica que sua ocorrência pode estar em todas as regiões do país e sua picada, além de produzir intenso prurido no local e lesões na pele, pode inocular a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre-maculosa. (Obs. Não são todos os carrapatos que são hospedeiros da bactéria). “Como esse carrapato é importante para a saúde humana, são frequentes as campanhas públicas de prevenção à doença, porém poucas informações são fornecidas sobre o carrapato vetor”, acredita o pesquisador.
Para Melo, “essas informações são muito importantes para evitar a aquisição da doença, que pode atingir a população rural ou urbana”.“O ciclo inicia-se pela larva ou micuim (1) que é um carrapato minúsculo, com 6 pernas, difícil de se ver. Por isto as pessoas são mais picadas nessa fase”, diz. Após alguns dias alimentando-se do hospedeiro (2), as larvas vão para o solo, trocam de pele e passam à ninfa (3), que tem 8 pernas, voltando para o hospedeiro.
Nessa fase os carrapatos têm por volta de 4mm de comprimento, são castanho-escuros e facilmente visíveis. Sugam sangue até ficarem “inchados”, voltam para o solo, passam para a fase adulta (4) e retornam à última hospedagem, onde há o acasalamento (5). Depois, o macho morre e a fêmea permanece sugando sangue até ficar ingurgitada (bem gorda), caindo ao solo para fazer a postura (7) que pode ter de 5 mil a 8 mil ovos.O pesquisador explica que, “para chegarem no hospedeiro, o carrapatos sobem pela vegetação, principalmente em capins e ficam à espera da passagem de um animal ou de uma pessoa, agarrando-se a ela.
Na época de grande infestação, podem também chegar pelo chão, subindo pelos pés”.Os hospedeiros preferidos são os equídeos - cavalos, mulas e outros, mas atacam outros animais como capivara, veado, boi, porco, cão, carneiro, coelho, tatu, gambá, rato, algumas aves, lagartos, cobras e os humanos.A contaminação pelo agente da febre-maculosa só ocorre se os carrapatos estiverem infectados. Eles são os responsáveis pela manutenção da bactéria na natureza, juntamente com capivaras e outros grupos de mamíferos silvestres. O carrapato fica infectado durante toda sua vida e por muitas gerações, podendo transmitir a bactéria em qualquer fase.“A transmissão da bactéria se dá após 4 a 6 horas de sucção de sangue.
A contaminação pode também ocorrer por lesões na pele, como por exemplo, quando o carrapato é morto por esmagamento com as unhas, prática esta que não deve ser realizada”, enfatiza Melo.Prevenção ao AtaqueA melhor maneira de prevenir o ataque do carrapato e a doença é evitar o trânsito em áreas visitadas por capivaras - proximidades de rios, córregos, lagoas e áreas de pastejo, principalmente de equinos.
Outra forma comum de infestação de carrapatos é nas proximidades de residências, levados por cães que vivem soltos. Nesse caso, a prevenção é pelo tratamento dos animais.Para o pesquisador, é importante que esses cuidados sejam tomados particularmente nas épocas do ano de maior ocorrência das formas jovens dos carrapatos que, no Estado de São Paulo, vai de abril a setembro, com maiores populações (picos) de larvas em maio e de ninfas em agosto/setembro.
Os períodos de incidência estão relacionados a condições de seca e baixas temperaturas (tempo seco e frio) para as formas jovens e de maior umidade e temperatura (tempo úmido e quente) para adultos.Contudo, há sobreposições das épocas de ocorrência das fases.
Por exemplo, em abril, maio e agosto ocorrem larvas, ninfas e adultos; em setembro e outubro há ninfas e adultos e de maio a agosto ocorrem larvas e ninfas.Mudanças climáticas, ao longo dos anos, podem alterar as épocas de ocorrência.
O período de incubação é de 7 a 10 dias. Se neste período ocorrer uma espécie de "gripe" forte, a pessoa deve procurar um posto de saúde e solicitar o tratamento específico que é simples e está disponível.
Fonte: Embrapa Meio Ambiente
http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?pagina=4&busca=&id=41897
Como ocorre a transmissão da doença.
A Febre Maculosa é transmitida pelo carrapato infectado. A partir de quatro a seis horas (depois da fixação do carrapato) a doença já pode ser transmitida. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os "carrapatinhos" ou "micuins" são as larvas do mesmo carrapato-estrela, e não necessariamente de outra espécie de carrapato. Da mesma forma, os "vermelhinhos" são as ninfas (formas intermediárias do ciclo de um mesmo carrapato). O homem é intensamente atacado nas fases de larvas e ninfas que podem transmitir a Febre Maculosa .
Após a picada pelo carrapato infectado, existe um período de incubação da doença, que pode durar de 2 a 14 dias. Há inúmeros relatos de mortes em várias cidades do Estado de São Paulo e outras regiões do Brasil.
• Principais sinais e sintomas da Febre Maculosa no homem.
A doença começa subitamente com a presença de febre alta, dores de cabeça e dores musculares. Geralmente no quarto dia, surgem manchas róseas nas extremidades, em torno do punho e do tornozelo, tronco, face, pescoço, palmas das mãos e solas dos pés. Alguns casos podem ser extremamente graves, ocorrendo necrose (morte) de tecidos. Nota-se inchaço das pálpebras e rosto, bem como das pernas, que apresentam aparência brilhante. Tosse e queda de pressão são freqüentes. Um dos problemas mais graves no diagnóstico da Febre Maculosa está na semelhança dos seus sintomas iniciais (febre, dor de cabeça, etc.) com os de outras doenças mais comuns, como a gripe. Isso faz que as pessoas muitas vezes não procurem o tratamento adequado no início do processo e a doença evolua para um quadro mais grave. Cerca de 80% dos indivíduos com forma grave, se não diagnosticados e tratados a tempo, evoluem para óbito. Diante desses sintomas associados a um histórico de contato com carrapatos, procure um serviço médico imediatamente, e não deixe de comunicar que pode ter sido picado por carrapatos.
O tratamento se faz com antibióticos, além de outros cuidados por causa de possíveis complicações, principalmente renais, neurológicas e pulmonares.
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