A Poluição Térmica: a mudança da temperatura do ambiente aquático também é considerada um tipo de poluição, uma vez que pode ser bastante prejudicial para a biota, devido ao fato da maioria das espécies apresentar faixas de tolerância muito estreitas em relação às variações
térmicas. Geralmente é fruto de despejo de águas residuais e de resfriamento de indústrias
ou usinas geradoras de eletricidade. Além dos prejuízos causados pela alteração da
temperatura, a água aquecida possui menos oxigênio dissolvido e a elevação da temperatura
acelera o metabolismo dos animais, fazendo com que eles requisitem mais oxigênio
do que normalmente, agravando a situação. A escassez de oxigênio reduz ainda a capacidade
de autodepuração dos rios, pois prejudica a ação de bactérias decompositoras de
detritos (Magossi & Bonacella, 1990). A poluição térmica pode levar ainda a um desequilíbrio
ecológico, promovendo a proliferação de alguns organismos e inibindo a reprodução
de outros. Além disso, certas espécies podem também se tornar mais suscetíveis a
infecções.
Os detergentes são compostos orgânicos, formados por cadeias de carbono às quais
podem estar ligados alguns radicais, como sulfatos e fosfatos, e também sais, como o
sódio, o que lhes confere características de afinidade com a água e com lipídeos e lhes
permite, então dissolver óleos e graxas na água, pela formação de micelas. Causam efeitos
nas membranas celulares, dissolvendo-as e por isso apresentam alta toxicidade. Porém,
são degradados em um período de tempo relativamente curto, principalmente em águas
doces, ricas em bactérias. As principais fontes são os esgotos, pelo uso doméstico de
produtos de limpeza, e os dispersantes de óleo, usados em acidentes petrolíferos, por
exemplo.
Os hidrocarbonetos são compostos basicamente por átomos de carbono e hidrogênio,
e também são muito comuns no ambiente aquático, sendo representados por substâncias
naturais produzidas por vegetais e também por óleos, graxas e produtos derivados de
petróleo. Podem ser extremamente tóxicos e danosos aos organismos aquáticos, pois se
associam às membranas biológicas e aos tecidos lipídicos. Além das fontes naturais, existem
as fontes antrópicas de hidrocarbonetos, compostas pelas indústrias, navios, portos,
terminais e plataformas petrolíferos, etc.
A matéria orgânica é formada por compostos de carbono, originados de organismos
vivos e sujeitos à degradação por bactérias, através de processos geralmente oxidativos
(que consomem oxigênio do ambiente), que resultam em produtos inorgânicos reaproveitáveis
no ambiente. Em excesso, porém, compõe o tipo mais comum de poluição,
e também o mais difundido e mais difícil de ser controlado, uma vez que suas fontes
não são pontuais, e sim, difusas (esgotos, insumos agrícolas, efluentes industriais e águas
pluviais). Geralmente, a matéria orgânica não é tóxica por si, mas, em grandes quantidades,
produz efeitos indiretos, devido à eutrofização 1, levando à anóxia e à produção
de amônia, metano e ácido sulfídrico, que são tóxicos aos organismos aquáticos (Figura
4.3.1). A falta de oxigênio, a turbidez e a presença de gases, resultantes da eutrofização,
impossibilitam a vida de plantas e animais aquáticos. A matéria orgânica pode ainda
estimular florações de algas tóxicas e, como muitas vezes está associada a esgotos, pode
conter organismos patogênicos.
1Pode ser definida como uma “fertilização” das águas, que ocorre
Depois da matéria orgânica, os metais são os contaminantes mais comuns no ambiente.
Os elementos metálicos ocorrem normalmente na natureza, em baixas concentrações,
e alguns participam do metabolismo dos seres vivos, sendo necessários para os
organismos em doses mínimas. Porém, em doses mais elevadas, podem ser bastante tóxicos
e levar à morte. As principais fontes para o ambiente aquático são as indústrias,
seguidas dos esgotos domésticos e das embarcações.
Os metais mais freqüentemente utilizados nos processos industriais são o Cádmio
(Cd), Chumbo (Pb), Cromo (Cr), Cobalto (Co), Cobre (Cu), Mercúrio (Hg), Níquel (Ni),
Alumínio (Al), Ferro (Fe) e Zinco (Zn); e seus principais efeitos são alterações na atividade
enzimática, tumores, danos neurológicos e musculares, rompimento de cromossomos, entre
outros. Como não são biodegradáveis, podem apresentar o efeito de bioacumulação,
ou seja, podem ser absorvidos pelos seres vivos e ser retidos nos seus tecidos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário