CAFÉ PEREGRINO LANÇA O PRIMEIRO CARDÁPIO BRAILLE EM VIAMÃO

CULTURA E ACESSIBILIDADE NO CAFÉ PEREGRINO

ELISABETE TELLES DE SOUZA, JORGE AMARO,
ADÃO PRETTO FILHO, ATIDOR CRUZ E ROBERTO OLIVEIRA

Durante o primeiro “Café, Cultura e Acessibilidade”, ocorrido na última sexta-feira, 26 de agosto, no Café Peregrino, ao lado da Matriz, foi lançado o primeiro Cardápio Braille de um estabelecimento comercial de Viamão. A iniciativa partiu da parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e Esporte, FADERS e os diretores do Café Peregrino.

O cardápio em Braile está previsto na lei estadual 13320/2009, em seu artigo 55-A – “Os bares e restaurantes estabelecidos no Estado do Rio Grande Sul, onde sejam comercializadas refeições ao público, ficam obrigados a oferecer cardápios em braile. (Incluído pela Lei nº 13.519/10)”. Viamão possui mais de 20 mil pessoas com deficiência, sendo que a deficiência visual corresponde a 50% deste número. Conforme Jorge Amaro, da FADERS, “Em torno de 10 mil pessoas tem cegueira ou baixa visão em Viamão. O Braille precisa ser disseminado em nosso município para que estas pessoas tenham o direito de ter acesso à informação. Não estamos tratando aqui de favor algum, mas um direito conquistado.”
Participaram da atividade  a diretora do Café Peregrino, Elisabete Telles de Souza, o Vice-prefeito de Viamão, Atidor da Cruz, o diretor de Cultura e Esporte Adão Pretto Filho, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Roberto Oliveira, o presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Rogério Gross, o presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Porto Alegre, Dilceu Junior, além de autoridades e artistas locais.

Saiba mais:
Para compreendermos a origem do Código Braile, devemos nos reportar à vida de um brilhante jovem francês nascido no início do século XIX. Louis Braille vivia em Coupvray, um pequeno distrito localizado à cerca de 45 quilômetros da cidade de Paris. Quando tinha apenas três anos de idade, Louis sofreu um grave acidente quando manejava uma das ferramentas da oficina de seu pai. Por fim, o jovem Braille acabou perdendo a visão dos dois olhos.

Apesar da infeliz limitação, os pais de Braille decidiram mandá-lo para escola junto das outras crianças. Incapaz de enxergar e escrever, Braille desenvolveu a incrível capacidade de memorizar todas as lições repassadas por seus mestres. Graças ao seu notório desempenho escolar, acabou conseguindo ingressar em uma instituição de ensino para cegos administrada por Valentin Haüy. As possibilidades de aprimoramento intelectual de Braille pareciam cada vez mais viáveis.

Nessa escola, os textos eram adaptados de forma que as letras eram impressas em alto relevo. Apesar de funcional, o método exigia a confecção de livros pesados e grandes. Além disso, o tempo gasto para a leitura de qualquer material era bastante extenso. Em razão dessas dificuldades, o instituto de Valentin sempre estava à procura de novos métodos que pudessem facilitar a vida e o acesso à informação dos deficientes visuais.

Após três anos de pesquisa e experimentos, Louis Braille estabeleceu um novo sistema de escrita e leitura para cegos. No ano de 1829, publicou esse novo código no livro “Processo para escrever as palavras, a música e o canto-chão, por meio de pontos, para uso dos cegos e dispostos para eles”. Em 1852, Braille faleceu sem ter a oportunidade de ver seu trabalho amplamente reconhecido.

O código Braille é composto por uma combinação de pontos dispostos em uma célula de três linhas e duas colunas. Por meio da combinação destes símbolos, o deficiente visual pode realizar a leitura e a escrita de qualquer tipo de texto. Em situações mais simples, o texto em Braille pode ser produzido com a utilização de uma régua especial e um estilete que registra os pontos em uma base que marca os lugares marcados.

Referência do texto: Brasil Escola
Foto: Beatriz Tavares