VIAMÃO: ESTRADAS DA ZONA RURAL SÃO ESQUECIDAS PELA PREFEITURA DE VIAMÃO

O descaso da nossa administração municipal está nas estradas Gomercindo Peixoto e Aturnino Gomes, na localidade das Lombas, e também na conhecida estrada da Pimenta, que estão em péssimo estado de conservação e onera o custo do transporte da produção agropecuária.

ESTRADA GOMERCINDO PEIXOTO NAS LOMBAS

Extensos areais, crateras, costeletas e pedras pontiagudas são obstáculos nas estradas. Percorrer estradas da zona rural leste de Viamão é um rali. Pecuaristas e agricultores questionam o destino dos recursos arrecadados através de impostos pela Prefeitura de Viamão. Os moradores das estradas Gomercindo Peixoto e Saturnino Gomes são os mais prejudicados pelo descaso da prefeitura.
Para João José Vargas de Assis, 55 anos, agricultor na região próximo aos Quilombolas, ir até a cidade virou viagem longa, cansativa e com custo alto no transporte. “As estradas nunca estiveram tão ruins. Perdi a conta de quantas vezes quebrei o meu carro tentando sair ou chegar à minha propriedade. Não temos estradas para escoar a produção”, desabafa o produtor rural.
Para Vargas, os impostos não estão sendo aplicados para melhorar as estradas que os produtores utilizam no dia a dia. “Nós que pertencemos a esta região e lutamos para aprimorar a produção, nos sentimos esquecidos pelo Governo Petista de Viamão, mas mesmo assim continuamos pagando todos os impostos que nos cobram”, questiona. “As indústrias que compram o nosso leite, querem aumentar os preços do transporte alegando que as estradas não têm condições de trafegabilidade, e do jeito que está não compensa eles comprarem o nosso produto”, lamenta.

Necessidade
O presidente do Sindicato Rural de Viamão, Manoel Marques, disse a manutenção das estradas, pela Prefeitura de Viamão sempre deixou a desejar, mas que, por diversas vezes, a Diretoria do Sindicato já ajudou financeiramente com combustível para que a prefeitura realizasse o patrolamento e a canalização das águas da chuva. “Muitas vezes os agricultores da região ajudavam até com a compra do saibro, mas hoje não ajudamos mais, mas estamos abertos ao diálogo com o prefeito Alex (PT.
“Todos os dias têm pecuarista ou agricultor que nos procuram para reclamar da situação da estrada. Não estamos nem pedindo asfalto ao Governo, mas sim que pelo menos a torne transitável, para o escoamento da produção”, exclama o presidente do sindicato.
Segundo Vargas, nem os ônibus da empresa Palmares que atendem os usuários da região querem suspender a linha, pois argumentam que o preço da passagem não cobre os custos de manutenção dos veículos.

Atrasos e perdas
Os proprietários dos caminhões boiadeiros aumentaram os presos tornando a comercialização mais onerosa e com pouca lucratividade diante da ineficiência do poder público que não atendem os anseios da comunidade.
Para o jovem pecuarista José Eduardo Bandeira, na região da Granja Pimenta, a comercialização do gado se torna cada vez mais onerosa e com pouca lucratividade diante da ineficiência do Poder Público Estadual. “Temos que vacinar, zelar e alimentar o gado. Quando é o momento de vendermos para que tenhamos, pelo menos, um lucro compatível com o trabalho que isso dá, nos deparamos com a estrada intransitável para que o animal chegue inteiro até o frigorífico”, confere.
De acordo com Bandeira, a perda começa com o sacolejar das reses no caminhão. “Agora é momento em que os pecuaristas vendem o gado para evitarem animais em demasia no pasto na época da seca. Entretanto, como a estrada está nestas péssimas condições, as reses se machucam pelo caminho, em meio aos buracos, costeletas e areais que o caminhão tem que atravessar. Todos os ferimentos na carne são descartados pelo frigorífico. Não tenho como mensurar o valor dos prejuízos”, aponta o pecuarista.