Historicamente, cerca de 15 anos, os partidos de oposição falam em formar uma aliança para derrotar o governo municipal que é comandado pelo Partido dos Trabalhadores. O PSDB, PMDB, PSB e PP vêm se reunindo, desde novembro do ano passado, para escolher um nome que una esse grupo, mas não diferente de outras eleições, na hora de bater o martelo surge uma crise interna, que em outras ocasiões favoreceu o PT.
Para falar sobre essa crise política o repórter “Ninja”, Arruda Filho, conseguiu uma entrevista exclusiva com Luis Fernando Prates, presidente do Partido Progressista (PP).
FERNANDO PRATES CRITICA OS POSSÍVEIS ALIADOS |
JS- Qual a tua origem política?
Prates- Eu tenho origem política na família. Sou neto do coronel Martins Acrísio Prates, que foi intendente de Viamão (prefeito) por quatro vezes, e parentesco sanguíneo de Julio Prates Castilhos e primo de dois ex-prefeitos, Clodoaldo Prates da Veiga e Jorge Chiden.
JS- Desde quando tu és filiado ao PP?
Prates- Sou filiado ao PP desde 1982, e desde então, exerci os cargos de tesoureiro, secretário geral e hoje estou ocupando o cargo de presidente.
JS- O que tu acha do governo do PT em Viamão?
Prates- Nos 15 anos que o PT vem administrando o município, o que temos visto é uma gestão sem projeto consistente, sem rumo, que iniciou com uma idéia de mudança, mas com o passar do tempo provou a sua incapacidade de mudar o perfil econômico desta cidade. O PT não consegue solucionar os problemas básicos do município. Em Viamão, a saúde pública é deficitária. As estradas para escoar a produção rural são intransitáveis. As ruas e avenidas têm rara manutenção. Nossos empresários não estão sendo valorizados. O crescimento habitacional é desordenado. A conservação dos recursos naturais não é pauta do programa deste governo. O programa de desenvolvimento não tem gerado empregos. As passagens de ônibus são caras. Os escândalos são corriqueiros no governo petista e o recebimento de propina por um agente público que desempenhava Cargo de Confiança no governo municipal, colocou essa administração sob suspeita de austeridade, e estamos esperando o resultado da investigação do Ministério Público. Por todos esses fatos negativos, entendo que a mudança se faz necessária, pois é salutar para oxigenar a administração do município.
JS- O PP está se reunindo com outros partidos para formar uma grande aliança e propondo uma nova forma de administrar Viamão?
Prates- Sim. Estávamos nos reunindo desde o ano passado com o PSDB, PMDB, PSB e amadurecendo ideias para uma coligação futura, pensando num projeto de melhor qualidade de vida para o povo de Viamão, mas agora em março, tivemos um desentendimento por quebra de acordos. Nós somos diferentes, pois quando firmamos acordos, nós cumprimos.
JS- O PP continua participando das reuniões?
Prates- Não. Nas duas últimas reuniões não enviamos representante.
JS- Por quê?
Prates- Entendemos que houve quebra na intenção de protocolo. Aconteceu o seguinte: Para escolher o pré-candidato a prefeito dessa aliança, combinamos em janeiro, entre outros critérios, realizar uma pesquisa única para medir o desempenho de cada nome apresentado nas reuniões, com prazo limite até o final de março. No entanto, para nossa surpresa, quando tudo parecia acertado, na última hora, o PMDB virou a mesa, mudando a forma e a data do resultado final da pesquisa, talvez para ganhar tempo no crescimento do seu candidato. Na reunião das lideranças o Sr. Glademir Sarico disse que o PMDB deliberou que a melhor forma de escolha do nome do pré-candidato, seria cada partido fazer a sua própria pesquisa e, após todos confrontar os resultados. O PSDB e PSB aceitaram. Nós não aceitamos e nos afastamos do grupo. Queremos pesquisa única.
JS- Por que o PP não aceitou essa idéia?
Prates- Por questão óbvia. Se tu faz parte de um grupo. Discute, decide e aprova as deliberações no grupo, como mudar os critérios na última hora? Qual o interesse? Por quê? Para favorecer quem?
Por outro lado, essa forma de pesquisa não sendo única, perde o sentido por dois motivos. Primeiro: A questão do custo. Uma pesquisa custa em torno de R$ 9 mil para ouvir 400 entrevistados. Se fosse única dividiríamos o valor justamente, entre os quatro partidos, e otimizaríamos os custos. Assim, cada partido fazendo a sua pesquisa o custo-grupo passa para R$ 36 mil. Segundo: A questão da credibilidade das informações pós-pesquisas. Pois, como não ficamos sabendo do resultado original, poderão ocorrer interpretações equivocadas, quando cada partido apresentar a sua pesquisa no grupo.
JS- Depois desse episódio o PP foi procurado por lideranças do PMDB, PSB e PSDB?
Prates- Somente o PSDB nos procurou na tentativa de mediar o impasse. O presidente do PSDB, Bonatto, disse que iria entrar em contato com o presidente do PMDB para que a data limite da escolha do nome que vai representar o grupo nas eleições, não ultrapassasse o final de março, conforme combinado anteriormente.
JS- O vereador Nadim é pré-candidato a prefeito de Viamão?
Prates- Sim. O Nadim é nosso pré-candidato a prefeito pelo PP.
JS- Quais as possíveis decisões que o PP poderá tomar?
Prates- Quem decide no PP é o Diretório em conjunto com a Executiva. Nós vamos decidir qual rumo iremos seguir, pois temos as seguintes possibilidades: Podemos aceitar a proposta do prefeito Alex (PT) e compor uma coligação com a Frente Popular, ou continuar na aliança com o PMDB, PSB, PSDB, ou ainda com grande possibilidade de concorrer com candidato próprio a oprefeito.
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