Câmara aprova CPI contra MTG
Bonatto é um dos indiciados no caso do MTG e apenas um vereador foi contrário ao relatório que investigou supostas
irregularidades com uso de verba pública na realização da FECARS.
Vereadores mostram documento que foi encaminhado a Ministério Público e Tribunal de Contas do RS |
A Câmara de
Vereadores aprovou na quinta-feira (26/02), o relatório da Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI), que analisou e investigou supostas
irregularidades na prestação de contas apresentada pelo Movimento
Tradicionalista Gaúcho (MTG) de Porto Alegre, na realização da 26ª Festa
Campeira do Rio Grande do Sul (FECARS). Dos 21 vereadores,
apenas um foi contrário à decisão. O documento será encaminhado ao Ministério
Público e Tribunal de Contas e o prefeito Valdir Bonatto é um dos indiciados.
Além
do prefeito, o presidente do MTG, Manoelito Savaris e dois ex-secretários do
governo municipal, Renato Kerkhoff (Fazenda) e Gilmara Postiglioni (Cultura),
também estariam envolvidos no esquema. As suspeitas de irregularidades envolvem
o repasse de verbas públicas da Prefeitura de Viamão ao MTG com valor de R$ 150
mil. A 26ª edição da FECARS ocorreu nos dias 1, 2, 3 e 4 de maio do ano passado, no parque de eventos do Sindicato Rural,
próximo ao distrito de Águas Claras. A CPI foi instaurada conforme requerimento da
vereadora Eda Giendruczak (PDT), que atua como presidente da Comissão.
Também fizeram parte da Comissão,
o vereador Xandão Gomes (PRB), na função de relator, e como membros, os
vereadores Zé Lima (SD), Augusto Giraudo
(PSOL), Ridi (PT), Joãozinho da Saúde (PMDB) e Guguzinho (PTB). Entre os supostos crimes praticados e
identificados no relatório estão: contratações irregulares sem
licitações e superfaturadas, lavagem de dinheiro, fraude ao sistema financeiro,
peculato, estelionato, improbidade administrativa, crime de responsabilidade e
coação e perseguição a fornecedor.
Os debates
na tribuna
Considerado o segundo maior
evento no Rio Grande do Sul, a FECARS, ficando atrás apenas do Enart, dividiu
opiniões na tribuna, durante a sessão, devido a suspeita de irregularidades na
prestação de contas apresentadas pelo MTG. O vereador Nadim (PP) disse que a
culpa é exclusivamente do Movimento Tradicionalista Gaúcho e isenta o prefeito,
uma vez que a Prefeitura de Viamão também encaminhou ao Ministério Público,
relatório com informações do evento.
“Fomos enganados pelo MTG. Não
sou contra o relatório, solicito apenas que tirem o nome do prefeito no
documento”, disse Nadim, lembrando que a Câmara de Vereadores aprovou a
realização do evento em Viamão. A vereadora Eda (PDT) reforçou que a comissão
não está condenando o prefeito Valdir Bonatto, mas o relatório aponta
conclusões, devidamente fundamentadas. O presidente do Legislativo, Dédo
Machado (PT) argumentou que o relatório foi claro, técnico e não político. O
vereador Eraldo Roggia (PTB) resumiu o assunto como “maracutaia financeira”.
“Eu fiquei apavorado com os dados
apontados neste relatório. Falo sim em cassação, porque chega de passar a mão por
cima, não podemos ver ou ter lado amigo nesta situação”, enfatizou Roggia. O
vereador Barbaroti (PMDB) adiantou que a CPI é política. “Falam em impeachment e cassação e
como saberíamos que o MTG iria agir desta forma?”, perguntava o vereador, que
foi o único voto desfavorável no relatório. O vereador Ridi foi o último a
utilizar a tribuna e afirmou que, é função da Câmara de Vereadores fiscalizar o
Executivo e o que foi aprovado no ano passado pelos vereadores, com relação a
FECARS, foi aprovado com boa fé.
“Nós da bancada do PT e demais
partidos apoiamos a liberação dos R$ 150 mil, feita pela Prefeitura, e demos
voto de confiança ao evento, agora a vereadora Eda foi em loco e descobre que
um dos pagamentos feitos pelo MTG foi efetuado a um restaurante que não existe.
Houve negligência, conivência e falha do governo municipal”, completou o
vereador Ridi.
RESTAURANTE
–
No relatório é citado que a presidente da Comissão, juntamente com assessores
foi até o suposto restaurante e constatou que no endereço existe um prédio
desativado e em condições precárias. No contrato efetuado com o MTG, o suposto
restaurante e pizzaria teria recebido o valor de R$ 8 mil, pela locação de
espaço para venda de seus produtos na 26ª FECARS.
Assessoria de Imprensa Câmara Municipal de Vereadores de Viamão.
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