quinta-feira, 12 de março de 2015

VIAMÃO 2015: CÂMARA APROVA CPI CONTRA MTG - PREFEITO BONATTO (PSDB) É INDICIADO

Câmara aprova CPI contra MTG
Bonatto é um dos indiciados no caso do MTG e apenas um vereador foi contrário ao relatório que investigou supostas irregularidades com uso de verba pública na realização da FECARS.
Vereadores mostram documento que foi encaminhado a Ministério Público e Tribunal de Contas do RS

A Câmara de Vereadores aprovou na quinta-feira (26/02), o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que analisou e investigou supostas irregularidades na prestação de contas apresentada pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) de Porto Alegre, na realização da 26ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul (FECARS). Dos 21 vereadores, apenas um foi contrário à decisão. O documento será encaminhado ao Ministério Público e Tribunal de Contas e o prefeito Valdir Bonatto é um dos indiciados.
 Além do prefeito, o presidente do MTG, Manoelito Savaris e dois ex-secretários do governo municipal, Renato Kerkhoff (Fazenda) e Gilmara Postiglioni (Cultura), também estariam envolvidos no esquema. As suspeitas de irregularidades envolvem o repasse de verbas públicas da Prefeitura de Viamão ao MTG com valor de R$ 150 mil. A 26ª edição da FECARS ocorreu nos dias 1, 2, 3 e 4 de maio do ano passado, no parque de eventos do Sindicato Rural, próximo ao distrito de Águas Claras. A CPI foi instaurada conforme requerimento da vereadora Eda Giendruczak (PDT), que atua como presidente da Comissão.
Também fizeram parte da Comissão, o vereador Xandão Gomes (PRB), na função de relator, e como membros, os vereadores Zé Lima  (SD), Augusto Giraudo (PSOL), Ridi (PT), Joãozinho da Saúde (PMDB) e Guguzinho (PTB). Entre os supostos crimes praticados e identificados no relatório estão: contratações irregulares sem licitações e superfaturadas, lavagem de dinheiro, fraude ao sistema financeiro, peculato, estelionato, improbidade administrativa, crime de responsabilidade e coação e perseguição a fornecedor.
Os debates na tribuna
Considerado o segundo maior evento no Rio Grande do Sul, a FECARS, ficando atrás apenas do Enart, dividiu opiniões na tribuna, durante a sessão, devido a suspeita de irregularidades na prestação de contas apresentadas pelo MTG. O vereador Nadim (PP) disse que a culpa é exclusivamente do Movimento Tradicionalista Gaúcho e isenta o prefeito, uma vez que a Prefeitura de Viamão também encaminhou ao Ministério Público, relatório com informações do evento.
“Fomos enganados pelo MTG. Não sou contra o relatório, solicito apenas que tirem o nome do prefeito no documento”, disse Nadim, lembrando que a Câmara de Vereadores aprovou a realização do evento em Viamão. A vereadora Eda (PDT) reforçou que a comissão não está condenando o prefeito Valdir Bonatto, mas o relatório aponta conclusões, devidamente fundamentadas. O presidente do Legislativo, Dédo Machado (PT) argumentou que o relatório foi claro, técnico e não político. O vereador Eraldo Roggia (PTB) resumiu o assunto como “maracutaia financeira”.
“Eu fiquei apavorado com os dados apontados neste relatório. Falo sim em cassação, porque chega de passar a mão por cima, não podemos ver ou ter lado amigo nesta situação”, enfatizou Roggia. O vereador Barbaroti (PMDB) adiantou que a CPI é política. “Falam em impeachment e cassação e como saberíamos que o MTG iria agir desta forma?”, perguntava o vereador, que foi o único voto desfavorável no relatório. O vereador Ridi foi o último a utilizar a tribuna e afirmou que, é função da Câmara de Vereadores fiscalizar o Executivo e o que foi aprovado no ano passado pelos vereadores, com relação a FECARS, foi aprovado com boa fé.
“Nós da bancada do PT e demais partidos apoiamos a liberação dos R$ 150 mil, feita pela Prefeitura, e demos voto de confiança ao evento, agora a vereadora Eda foi em loco e descobre que um dos pagamentos feitos pelo MTG foi efetuado a um restaurante que não existe. Houve negligência, conivência e falha do governo municipal”, completou o vereador Ridi.

RESTAURANTE – No relatório é citado que a presidente da Comissão, juntamente com assessores foi até o suposto restaurante e constatou que no endereço existe um prédio desativado e em condições precárias. No contrato efetuado com o MTG, o suposto restaurante e pizzaria teria recebido o valor de R$ 8 mil, pela locação de espaço para venda de seus produtos na 26ª FECARS.

Assessoria de Imprensa Câmara Municipal de Vereadores de Viamão.

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