sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PROFESSOR ARRUDA NA REVISTA NOVA ESCOLA


Olha eu ai sendo homenageado na Capa da Revista Nova Escola pela passagem do dia do professor em 15 de outubro de 2010.
Professora Ione Pinheiro de Oliveira (E) da cidade de Santa Maria a professora Suelen Paesi da Universidade de Caxias do Sul são homenageadas na Capa da Revista Nova Escola no dia do professor (15 de novembro 2010).
Parabéns vocês merecem!!!


Professor José Arthur da REGESD é professor que está na Capa da Revista Nova Escola no dia do professor, 15 de outubro, por merecimento.

Professores da Escola Técnica da Agricultura de Viamão são homenageados na Capa da Revista Nova Escola no ano do centenário da escola ETA


Professora Leonice Terezinha Bom é merecedora da foto na Capa da Revista Nova Escola pelo dia do professor.
Parabéns!!!!


Drª, mestra e professora Tania Marques da UFRGS foi homenageada, no dia 15 de novembro 2010, pelos seus alunos da REGESD/UFRGS na capa da Revista Nova Escola. Ele é mercedora pelo carinho e a sensibilidade que trata todos os seus alunos. Ela sabe que é estimada pelos alunos do nosso curso em Licenciatura em Biologia EAD.

Parabéns professora!!!!!!


A professora Denise Ferreira (Viamão) por merecimento é capa da Revista Nova Escola no dia do professor .
Parabéns Denise.


Sandra Paula Ferrari (Santa Maria) e seu esposo também foram capa da Revista Nova Escola no dia do professor em 2010.

JACOB JUCHEN: HISTÓRIA QUE SÓ VIAMONENSE ENTENDE


Foto: Jacob no casamento da Erika
Ah! (quem dera), esses dedinhos

numa oito baixo, hein, Seu Jacób!!!


Vitor Ortiz*
Ontem fiquei realmente prostrado com a notícia da morte do Jacob Juchem (ocorrida no início deste outubro, em Viamão). Me veio uma tristeza indisfarçável... Uma sensação de grande perda.
Parece estranho, já que, na nossa idade – e na idade dos nossos amigos mais velhos – essa coisa de morrer algum dos nossos é coisa até meio esperada. Depois dos 40, já temos desenvolvida essa noção da finitude. Mas realmente me chateie.
Enfim, liguei essa tristeza, então, ao fato de que cultivava pelo Jacob uma imensa admiração. Fizemos amizade de classe maior na mesa dos bares da cidade, que tanto eu como ele sempre adoramos. No velho Santo Antônio (A Petisqueira), quando ainda era ali ao lado do Bianchi. No Bar do Manoel. Na Toca do Solon... Conversas políticas com gente inteligente e não-dogmática. Era assim que disciplinávamos o diálogo. Na verdade, havia pouca discordância e muito consenso.
Foi no final de uma noite dessas de bares que nasceu o Newton Vladimir. Enxarcados os copos, saímos no encerramento do expediente do bar. Eu pra casa e o Jacob pro Hospital de Caridade de Viamão, onde a Fátima acabara de dar a luz ao varão da família. O primeiro menino depois das meninas. E, não obstante a circunstância, perguntei como seria batizado o garoto.
Nesse dia, o General Newton Cardoso, do alto de quatro patas de cavalos, relho em punho, tinha chicoteado e pisoteado manifestantes que protestavam nas portas do Congresso Nacional, em Brasília. Eram os últimos atos da longa ditadura, então sob comando do General Figueiredo.
Newton Vladimir, respondeu o Jacob à pergunta sobre o nome do menino: Newton, em homenagem ao Newton Cardoso; e Vladimir, em homenagem ao Vladimir Ilich Ulianov. O Lenin da Revolução Russa.

INTELIGÊNCIA e SABEDORIA
Não sei bem todo o currículo vitae do Jacob, mas sei que se formou em direito pela UFRGS. Isso porque, uns anos antes, estivemos juntos no cursinho pré-vestibular em Porto Alegre, onde nos acompanhava também – e que não me deixaria mentir sozinho – o Zico Veterinário.
Eu e o Zico éramos – vamos dizer assim – uns rapazotes. Com toda a vida ainda pela frente. Recém tentando acessar a universidade.
Foi por isso que numa das noites em que voltávamos da aula – de ônibus – de pé no Viamão lotado – lá pelas 11h e tanto da noite – o Zico me confidenciou que sentia muita pena do Jacob (esse já então com uns quarenta e tantos anos).
Coitado dele, Vitor. O cara trabalha o dia todo num cartório. Tem família, criança pequena, e tem que se tocar todo o dia de Viamão pra Porto Alegre pra estudar, de noite... Qual a chance dele num vestibular da UFRGS pra direito? Nenhuma. Sentenciou o Zicorana.
Na verdade, o Jacob era quem estava indo melhor nos estudos. Mais maduro, era extremamente disciplinado. Bem focado, queria e demonstrava enorme prazer em aprender.
Foi ele quem me ensinou uma técnica para enfiar de vez o conteúdo de uma aula na cabeça. Olha a receita:
Vitor, faz o seguinte: no sábado, a aula do cursinho é só sobre uma matéria (matemática, história, geografia...) e é opcional. A mesma aula da manhã, repete à tarde. Então, duas coisas. Tu tens que ir a aula sábado. Em épocas de vestibular, sacrificam-se os finais de semana. Não tem sábado nem domingo. Vai pra aula sábado de manhã e, no meio-dia, compra uma Zero Hora, vai almoçar no Mercado, ali pelo Bar Naval, toma uma Barrolda (tradicional trago do Mercado), sai pra dar uma caminhada, senta num dos bancos da Praça XV e pega pra ler o Caderno de Cultura do jornal. Sempre tem um assunto que cai no vestibular. No mínimo tu te prepara pra redação. Depois, lá pelas duas da tarde, volta pro cursinho e assiste a mesma aula de novo.
Caracas! Pra nossa cabeça de guri era uma doideira isso. Duas aulas iguais no mesmo sábado, de manhã e de tarde!
Mas foi assim que todos os três eu, o Zico e o Jacob passamos no vestibular. E na UFRGS.
O Jacob, que disputava uma vaga no direito noturno, enfrentava o maior número de candidatos por vaga daquele vestibular. Maior que medicina. E adivinhem? Passou nas primeiras colocações, em que pese o sacrifício, o cursinho de noite, depois de um dia de trabalho, a família pra zelar e a diferença de idade com os playboys do Colégio Farroupilha de Porto Alegre, do Champagnat e do Anchieta.
Não é incrível? Foi a aliança entre inteligência – porque ele era muito inteligente – e a sabedoria. Para mim, foi uma lição de vida. Nunca mais deixei de passar em um vestibular.


NO CARTÓRIO
Por fim, a história da gaita oito-baixo.
Tendo antes trabalhado longo tempo com o falecido Dr. Carlos Viegas, o Jacob era um rato de Cartório. E respondia pelo Cartório das Águas Claras, onde, pelo pouco movimento, só dava expediente uma ou duas vezes por semana.
Num desses dias, ao descer do ônibus, encontrou na porta do estabelecimento um dos corretores de imóveis da região, muito ansioso e aflito, pedindo quase que pelo amor de Deus que o Jacob aprontasse pra ele uma escritura que deveria confirmar um negócio naquele mesmo dia:
Seu Jacob, tô precisano muito mesmo desse dinheirinho do negócio pra hoje!
Solícito como sempre, o Jacob atendeu.
Sentou-se à maquina de escrever e desandou a datilografar de forma exímia e impressionantemente rápida, como era sua característica, a ponto de tornar os dedos quase invisíveis e de ser impossível de se perceber a olho nú o momento em que o mingo acertava o ésse e o polegar o espaçador, e todos os dedos e toda a mão direita o carro a ser empurrado, linha a linha, como se fosse um trem bala, ricocheteando letras e gravando números na agonizante folha de papel, tonta de tantas bordoadas. O barulho, era de uma metralhadora.
Escorado no balcão, e vendo toda aquela distreza, o corretor, no ímpeto de puxar o saco do Jacob, e com a intenção de incentivá-lo, de não deixá-lo esmurecer e desistir da tarefa de lavrar aquela escirtura, lançou essa boca a fora:
Oh, Seu Jacob!!! Ah esses dedinhos numa oito-baixo, hein!!!

Vitor Ortiz é natural de Viamão, filho do seu Lírio Bitencourt da Loja Ida,
e atualmente dirige a TV Brasil do Rio de Janeiro.
Este artigo é da série, histórias que só viamonenses entendem.

Seguidores