domingo, 23 de agosto de 2009

SER PROFESSOR NOS DIAS ATUAIS

O que significa ser Professor nos dias atuais?

Responder a questão colocada pelos proponentes não é, absolutamente, uma tarefa fácil.
Observa-se que a questão tem um caráter ontológico e não funcional.
Sobre o caráter funcional não há maiores problemas:
Acredito que Professor é alguém que ensina algo a outrem, e também aprende como os alunos.
Observe o questionamento proposto: Perguntamos o que é um Professor (?), e não o que ele faz.
A preocupação é com aquele conjunto de características que definem o Ser Professor. É claro que a resposta a este tipo de questão é condição indispensável para a construção do Currículo nas escolas.
Também podemos ampliar questionando: que Professor eu tenho que ser nos dias atuais para esta clientela de alunos no mundo contemporâneo?
Vamos desenvolver a nossa análise reflexões que poderão responder às seguintes questões:
• Qual é o contexto da educação brasileira?
• Existe um conjunto de conhecimentos que caracterize o ser Professor?

1. Contextualização
Hoje a educação brasileira tem alguns problemas que interferem no ensino como: ainda existe a prática de uma cultura escolar elitista, falta de uma visão política educacional estratégica e de prioridades, desinformação da sociedade que garante os seus direitos, a família não acompanha o dia a dia dos filhos, a escola não está integrada as atividades da comunidade, interesses corporativistas por parte dos governos como também dos sindicatos de classe, fracasso escolar (reprovação repetência e evasão) e despreparo dos professores para solucionar determinados dilemas.
Todos esses qualificadores geram no âmbito escolar certo tipo de violência que não permite, de uma certa forma, uma interação que venha a ser mais acolhedora para a sustentabilidade da educação em todos os níveis de ensino.
Também podemos analisar que o professor tem dificuldade de ensinar ao aluno o real, porque não aprendeu. Isso causa insegurança, que leva a culpar sempre à criança e a família pelo fracasso, a estigmatização é constante: profecia que se auto-realiza (desde o início do ano, o professor já “prevê” os que vão fracassar), falta de incentivos leva ao desânimo e acomodação, os professores , mais dinâmicos, que querem melhorar, são malvistos e ficam “no gelo” na escola, o Professor prepara as avaliações (provas) com certo sentido de poder, a escola pública é vista como favor, não como direito, o Professor é visto como vítima, e não como alguém que está ali para prestar o melhor serviço possível e a Família, por sua vez, não tem capacidade para fazer cobranças qualificadas.
Então este é o palco da educação brasileira. Sabemos que muitas soluções já foram realizadas nos últimos anos, no entanto, ainda são poucas em relação ao que ainda tem para serem solucionadas.

2- Conjunto de conhecimentos que caracterize o ser Professor

a) Ser Professor é uma atividade para profissionais qualificados.
Em nossa sociedade, a atividade de ser Professor tomou-se, com o tempo,
sinônimo de “bico” deixando de ser uma profissão para se tornar uma função.
No meu ponto de vista, ser Professor é uma atividade que exige um alto grau depreparação específica aos que se dedicam. Se exigimos alto grau de especialização do Médico ou do Engenheiro, não aceitando que pessoas sem formação específica atuem nestas áreas, porque aceitarmos que qualquer pessoa possa ser Professor? Em suma, ser Professor não é nem melhor nem pior do que ser Advogado ou Contador, mas é diferente.
Se por um lado a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação avança neste ponto ao exigir do profissional da Educação, em nível médio, formação em nível superior (Art. 62), por outro lado o Ministério da Educação dá um passo atrás ao permitir que profissionais não formados para a tarefa específica de ser professor possam atuar após satisfazer a exigência de carga horária em disciplinas pedagógicas.

b) O Professor deve ter diferentes técnicas de ensino.
Apesar de que as condições atuais que o Professor vai encontrar, nas
redes Pública e Privada, não sejam as ideais, creio que o Professor deve ter o
domínio de várias técnicas que possibilitem a apresentação e o desenvolvimento dos conteúdos a serem ministrados de forma eficiente. Em outras palavras, o Professor deve ser instrumentalizado para o ensino da mesma forma que outros profissionais o são para o exercício de suas atividades profissionais.
Prosseguindo na nossa linha de comparações, cremos que como um Médico aprende várias técnicas ao longo de seu curso de medicina, sem mesmo ter idéia se as vai utilizar ou não na sua vida profissional, o Professor deve também deve ser treinado de várias maneiras (técnicas) de ensinar o mesmo assunto, mesmo que não se saiba se a escola onde o futuro profissional vai trabalhar apresentará as condições ideais para o desenvolvimento de determinado tipo de atividade.

c) Ser Professor significa ter uma integração com a comunidade onde trabalha.
Não é ser a político partidário (embora esta forma de participação política seja legítima em uma sociedade democrática), mas sim ter consciência das relações sociais que se estabelecem a sua volta e que dirigem as ações de determinada coletividade de seres humanos. É ter noção do seu papel como agente social que deve estar engajado no processo de transformação dessa sociedade, visando uma educação que liberte o Homem e o leve à plenitude de suas potencialidades.
Esta postura aponta para a necessidade de temas como História, Sociologia, Psicologia, Psicologia Social e Filosofia nos cursos de formação de professores.


d) Ser Professor implica em ter uma teoria sobre como se desenvolve a aprendizagem, orientando a sua atividade.
Isto significa que ser Professor não é agir aleatoriamente esperando
que, por intervenção e graça divina, a aprendizagem ocorra como consequência do ensino proposto. Deve-se conhecer como a aprendizagem ocorre, para poder-se escolher o método de ensino adequado. Em culinária aprendi que saber como o sistema digestivo funciona pode ser a diferença na hora de escolher o óleo adequado para a salada.

e) O mestre Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia cita:
... Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.....Estudo pedagogia e sei que a realidade é difícil mas com amor, respeito e dedicação poderemos mudar esse país...Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se felizSer professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendotodos os dias, a cada dia é única e original... Ser professor é encontrar pelo corredor com cadaaluno,olhar para ele sorrindo, e se possível, chamando-opelo nome para que ele se sinta especial... Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender... Ser professor é envolver-se com seus alunos nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção necessária...Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

f) Desafios do professor
*Superar a herança imperial (escola para poucos; acadêmica,enciclópedica e distante da vida), para ter uma educação democrática, que outros países já tinham no início do século XX
*Sintonizar a educação com as demandas da sociedade do conhecimento do final do século XX e início do XXI
*Qualificação para o exercício da cidadania
*Aprender a aprender
*Acessar, processar e dar sentido à informação
*Resolver problemas
*Trabalhar em grupo

Por
Arruda


**Marques do Pombal
Laicização é o processo de tornar algo leigo. Isto pode ter vários sentidos, como o religioso, ou o jurídico, ou o burocrático. Leigo é algo que não seja oficial, especializado ou diplomado, por exemplo. Leigo ou "laico", esta última palavra mais de acordo com a origem latina

CATACLISMOS NO PLANETA


TRANSFORMAÇÕES E CATACLISMOS TERRESTRES
D tempos em tempos, a Terra tem passado por grandes mudanças ou modificações do habitat devido à ação de fenômenos naturais, extra-terrestre ou ainda a ação antropológica (Ser Humano). Algumas, como a que se abateu sobre o Permiano, 145 milhões de anos atrás, destruíram 90% das espécies. Mesmo tão marcantes esses eventos nem sempre são fáceis de estudar e nenhum deles tem uma explicação definitiva.
Constato que extinção é um processo constante, exigindo uma adaptação contínua das espécies mesmo na melhor das épocas. Os biólogos acreditam que este é um dispositivo que abre continuamente os espaços para novas espécies, abastecendo desse modo o motor da seleção natural e do crescimento da diversidade biológica, que sempre cresceu, mesmo que não continuamente, desde a primeira explosão de vida animal no Cambriano, há 540 milhões de anos.
Fontes de pesquisas me levam a concluir que essas transformações ambientais ocorreram porque haviam fortes e várias evidências (vestígios) do que aconteceu há centenas de milhares de anos, onde animais e o Planeta foram sendo destruídos ao longo do tempo.
São muitas as fontes de informações que tentam explicar a continua extinção das espécies – e quase tudo o que a ciência descobriu teve que ser literalmente desenterrado por paleontólogos e geólogos.
O mundo científico sabe que esses eventos de fato aconteceram porque, no registro geológico, uma extinção faz com que os fósseis de espécies encontradas em uma camada do solo não existiam na camada imediatamente acima. Assim, estudando a fatia do solo em que ocorreu esse desaparecimento, os cientistas procuram sinais de asteróides, vulcanismo, mudanças climáticas, movimentação de continentes e outros fatores que foram capazes de eliminar a vida neste período. Eles juntaram essas informações em um só cenário, o que não é muito fácil.
Isto levou certo tempo: várias tragédias parecem ter acontecido ao mesmo tempo e sempre é possível que o motivo real não tenha sido ainda encontrado.
No entanto, a pesquisa sobre esses cataclismos traz informações valiosíssimas. Caso eles não tivessem ocorrido, a vida na Terra tomaria um rumo completamente diferente – e é provável que a espécie humana nem surgisse. Além disso, é bem provável que neste exato momento estejamos próximos de uma dessas grandes extinções.
Os seis grandes cataclismos:
1. Período – Cambriano
Época* - 600 milhões de anos a atrás
Principais afetados - Trilobitas – ancestrais de insetos e aracnídeos.
1ª explicação - Uma forte redução no nível do mar eliminou o habitat das espécies de águas rasas.
2ª explicação - Mudanças nas correntes marítimas jogaram muitas das espécies em águas frias e sem oxigênio.

2. Período – Ordoviciano
Época* - 440
Principais afetados - Invertebrados marinhos
1ª explicação - Glaciação acabou com espécies por conta do frio.
2ª explicação - O gelo acumulado nos continentes reduziu o nível do mar e eliminou habitats.
3. Período – Devoniano
Época* - 345 milhões
Principais afetados – Peixes
1ª explicação - Aquecimento, seguido de rápida glaciação, associado a uma diminuição do oxigênio nos oceanos.
2ª explicação - Há evidências de um grande impacto de asteróide no período.
4. Período – Permiano
Época* - 250 milhões anos atrás
Principais afetados - Répteis anteriores aos dinossauros
1ª explicação - Um derramamento de lava onde hoje é a Sibéria causou a maior de todas as extinções.
2ª explicação - Um asteróide com mais de seis (6) quilômetros de diâmetro se chocou com a Terra.
5. Período – Cretáceo
Época* - 65 milhões de anos atrás
Principais afetados – Dinossauros
1ª explicação - Um asteróide de mais de dez (10) quilômetros de diâmetro próximo a onde hoje é o Golfo do México.
2ª explicação - Há indícios de fortíssima atividade vulcânica no período, com consequências semelhantes ao impacto do asteróide.
6. Período – Holoceno
Época* - Hoje
Principais afetados – Plantas, animais, ecossistemas e Seres Humanos
1ª explicação - Ação do homem, principalmente na destruição de habitats, migração de espécies e mudanças climáticas.
2ª explicação - Maior atividade solar pode explicar parte das mudanças climáticas.
3ª explicação – poluição através de energia, principalmente, originada do petróleo tem destruído a camada de Ozônio.
estudoS mostram que na história do Planeta, ao menos cinco cataclismos mudaram as formas de vida na Terra, e um sexto está em andamento.
No último milésimo de segundo do tempo geológico em que a humanidade andou pela terra, as taxas da extinção começaram a elevar-se em torno de 100 vezes ou mais do que era antes de 10 mil anos, quando o homem se organizou em cidades e aumentou sua população. Para muitos cientistas, a questão é a seguinte: se a população de seres humanos duplicar neste século (uma estimativa subestimada), haverá lugar para mais quantas outras espécies?
Quando será o próximo cataclismo terrestre?
Vilson Arruda

ENSINAR É UM PROCESSO DE PUREZA

Ensinar é um processo
onde ambos têm que
estar afim de aprender.

Ensinar na escola deve ser uma mensagem de pureza. Uma educação libertadora sustentável. O ato educativo deve ser realizado com amor, ternura e responsabilidade. Os sujeitos (aluno – professor) envolvidos no ensino aprendizagem devem estar abertos para novas vivências e novos paradigmas. Devemos abandonar os mitos. O fantástico é promover a educação com alegria. Os alunos também tem que estarem afim de aprender.
O professor tem que ser entusiasmado, pois um profissional entusiasmado e feliz constrói indivíduos também felizes e motivados. Quais são as motivações que nos têm levado às salas de aula? Para mim é o desejo da mudança.
Acredito que o educador é ponte, ou seja, é aquele que subsidia a ação dos sujeitos ao mesmo tempo em que facilita a reflexão.
O professor também é o mediador do processo de construção do conhecimento. Trabalha as competências e as habilidades com temas atuais mostrando os valores do ser cidadão na ação preservação do meio ambiente.
Os vídeos também me passaram à mensagem de que não se pode afirmar que alguém liberta alguém, ou que alguém se liberta sozinho, mas que os seres humanos se libertam em comunhão, ou seja no ato de solidariedade ou ainda na troca das experiências.
O importante é o estado de espírito. Quando se prepara uma aula com o astral em alta os alunos fluem. Aprendem rápido. O processo é dinâmico.
Não consigo entender como o professor pode construir uma avaliação (prova) quando está em baixo astral e a auto-estima alterada. Isto certamente vai repercutir no resultado.
O processo educativo tem que ser construído numa interatividade de amor, de compreensão e muitas doses de paciência. Cada pessoa tem o seu tempo. O aluno tem o seu tempo para aprender. O professor tem o seu tempo para ensinar. Os tempos não são estanques. Os tempos devem ser respeitados e avaliados com muita cautela.
O aluno trás para o âmbito escolar as suas experiências, os seus conhecimentos de vida, e o professor o conhecimento científico, e ambos conhecimentos têm que interagirem.
Entendo a educação começa em casa no seio da família e é um processo de algo que tem um início e nunca termina, e que envolve o ser humano como um todo: físico, intelectual, emotivo, psicológico, social, religioso etc. Quando se fala em educar, devemos pensar em educar o ser humano em todos os seus aspectos, senão corremos o risco de formarmos pessoas desequilibradas.
Conheço pessoas ( como a minha avoque já faleceu) que nunca pisaram numa escola e são muito educadas, têm um relacionamento humano muito rico e são construtivas na sociedade.

Arruda

LEI PEDAGÓGICA, EXISTE?


Escola Açorianos - Viamão- RS
Lei combina com pedagogia?
Para nós professores é difícil imaginar uma "lei pedagógica", até porque pedagogia combina mais com princípios do que com leis. Lendo a LDB observei que a educação abrange os processos formativos e que pode se desenvolver em diferentes lugares, um dos quais é a escola (art. 1°). Aí está uma clara opção pela formação, prevalecendo esta sobre a informação e que os professores não podem desconhecer nos seus planejamentos. Mais à frente (art. 24, V), quando a lei trata da verificação do rendimento escolar, afirma ainda que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos; ou seja, a qualidade das competências é mais importante. Aponta também para que a recuperação seja realizada ao longo do período letivo e que os resultados obtidos ao longo do período devem prevalecer sobre os de eventuais provas finais. No meu entendimento a LDB descarta a aprovação automática.
Como a LDB disciplina a educação escolar esta Lei prevê que a educação se desenvolva predominantemente por meio de instituições próprias e formais. Surge aí a figura do professor, da escola e da aula, já que "ensino em instituições próprias" é diferente de aprendizagem ou pesquisa através de multimeios em escolas informações que não podem certificar o aprendizado por meio de um certifiacado aprovado pelo MEC. Sendo asim ensino informal não é previsto na LDB. A LDB deixa bem claro que deverá existir pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas no âmbito escolar, assim como liberdade de ensinar (art. 3°).
A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social tratando com respeito à liberdade e apreço à tolerância, e com garantia de padrão de qualidade.
A lei não permiti que sejam aprovados os alunos infrequentes (com menos de 75% de frequência global), mesmo que eles tenham aproveitamento e capacidade, o que é uma aparente contradição. A lei também possibilita estudos compensatórios.O professor pode usar o método que quiser, nas suas aulas (art. 3°), e a escola pode ter a organização que julgar melhor, na educação básica (art. 23), desde que, tanto um como a outra levem à aprendizagem dos alunos.Visando resgatar os valores culturais a LDB da ênfase ao componente "História e Cultura Afro-Brasileira, e as disciplinas de filosofia e sociologia;
Ao interpretar o Art. 33, onde consta que o ensino religioso, de matrícula facultativa, sendo oferecido de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus representantes (vedadas quaisquer formas de proselitismo). Em resumo, entendi, que na prática nas aulas de religião é proibido falar de religião.
Para concluir o ponto mais importante da LDB, pedagogicamente falando, é, sem dúvida, a previsão da existência de uma "proposta pedagógica" que irá nortear o processo pedagógico das escolas e de todos os sistemas de ensino. A LDB, ao prever que as escolas vão se organizar de acordo com as suas propostas pedagógicas e as normas do respectivo sistema de ensino, fez um vínculo estreito entre o administrativo e o pedagógico, deixando claro, ainda, que o pedagógico deve prevalecer sobre o ato administrativo.
Arruda

CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE: PONTO DE EQUILÍBRIO

Escola Açorianos Viamão - RS
Viver é desafiar o Ide e o Ipse
Nós temos que viver desafiando o ide e epsi Conforme Melucci (2004, p.45-46), a identidade define, portanto, a capacidade de falar e de agir, diferenciando-se dos outros e permanecendo nós mesmos.
Para o autor Albert Melucci é difícil falar de identidade sem fazer referência às suas raízes sociais e relacionais que construíram a nossa identidade como ser ou indivíduo social. As pesquisas no campo psicológico e sociológico confirmam que o processo de desenvolvimento da identidade individual ocorre dentro de uma relação circular com um sistema de delimitações.
Conforme as considerações do autor no texto podemos acreditar que o idem e o ipse são conceitos importantes na construção da identidade do ser humano. O idem por sua vez serve para manter e conservar os valores que consideramos importantes na nossa formação ética e moral e que entendemos que não podemos abrir mão, sob pena de perdermos a nossa identidade, construída ao longo de nossa vida. Entretanto, o continuísmo de nossos valores e ações em um mundo globalizado e comunicativo que se moderniza rapidamente, somos condenados por gerar a mesmice o os conceitos tradicionais que perdem o valor diante de uma formação social adolescente construída de novos valores.
Por outro lado, o ipse também é importante, pois vivemos em um mundo de constantes mudanças e descontinuidades. No entanto, o ritmo de mudanças nos dias atuais vem sofrendo uma aceleração extraordinária. O que nós temos que aprender é a dosar esses ritmos acelerados de exigências para permanecermos no processo educativo e não perder de vez a nossa identidade do ser cidadão. Se não soubermos lidar com um certo ritmo acelerado de exigências - multiplicação das nossas participações sociais e a quantidade excessiva de possibilidades - podemos nos perder nesse processo, desestruturando a nossa identidade.
Temos que aprender é encontrar um ponto de equilíbrio entre as conexões do idem e do ipse para não tornar o ambiente social coletivo enfadonho e desinteressantes para os alunos.
A continuidade entre os meios e fins nas atividades educativas pode torná-las tristes e enfadonhas devido a mesmice metodológica do dia a dia
As vezes temos que abrir mão das nossas identidades tradicionais para construir no âmbito escolar a interdisciplinaridade que provoca discussões, movimento e in teratividade no processo educativo.

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O mundo moderno é de negociação. Para Melucci cabe ao indivíduo diante das incertezas o destino da escolha e da negociação. Quais escolhas e negociações eu tenho que fazer hoje como futuro professor pensando numa trajetória de mudanças e projeto de vida em docência? Argumente.

A Negociação é uma das competências fundamentais para a adaptação das crianças e adolescentes ao meio envolvente. Esta competência promove a responsabilização e o assumir dos compromissos, e sendo assim torna-se uma poderosa ferramenta no processo educativo de todas as crianças e adolescentes.Devemos negociar tudo?A resposta é não, existem coisas que são inegociáveis, como por exemplo, eu não vim a aula e assim não preciso me interar das competências trabalhadas no dia anterior. Outro exemplo, o respeito mútuo entre os circunstantes da atividade educativa.
No entanto, o professor pode negociar com o aluno se a realização de um resumo é por exemplo, uma boa tarefa de avaliação face a uma competência determinada, mas também pode negociar com ele o que se pode entender como um bem resumo. Se houver uma negociação das tarefas e das expectativas é mais fácil ao professor construir aquilo que se chama a auto-avaliação regulada, isto é, construir um quadro de referência para que o aluno seja capaz de apreciar a sua própria evolução.
Não se deve confundir auto-avaliação regulada, com a auto-avaliação, que normalmente se faz.
O professor pode negociar por exemplo uma nova data para a entrega de um trabalho, mas contudo adicionando mais uma atividade para na próxima vez isto não se tornar corriqueiro.
Arruda

QUEIMADAS E DESMATAMENTO

DESMATAMENTO E QUEIMADAS

Resgate histórico
O assunto é complexo. Observando com preocupação os estudos sobre os impactos que as pessoas têm proporcionado na Biosfera, creio que o momento não é somente de reflexão, mas também de ação para impedir o avanço da destruição da biodiversidade do Planeta.
A consciência ambiental do ser humano está alertando para a necessidade da preservação dos ecossistemas. Governos de diversos países e ONGs ambientalistas tem atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater os crimes ecológicos. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio dos ecossistemas e de tem um significado singular para o funcionamento climático do Planeta e manter vivo todo o sistema genético da Biodiversidade.
No Brasil as práticas do desmatamento e das queimadas são ações culturais desde a época do descobrimento do Brasil, quando por aqui chegaram os portugueses, por volta de 1500. Interessados no lucro com a venda das toras do pau-brasil para a Europa iniciaram a exploração do desflorestamento da Mata Atlântica.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, as empresas madereiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Relatórios de instituições ambientalistas apontam que no ano de 2000, o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais triste, pois apenas 9% da mata sobrevive a cobertura original de 1500.
Constatei também, em alguns textos de pesquisa, que a agricultura de derrubada e queimada fazem parte das práticas das populações indígenas da Amazônia há milhares de anos. Segundo Salm (2004), as características fisionômicas de grande parte das florestas de transição da Amazônia são interpretadas como resultado da ação antropogênica de sociedades pré-colombianas (Ballée & Campbell, 1990). De fato, as áreas de florestas com palmeiras que cobrem cerca de 20 milhões de hectares na Amazônia parecem ser resultadas de ação humana intensiva de uso dos ecossistemas nativos ao longo de milhares de anos (May et al., 1985).
Em qualquer parte que se anda é constatado que o desmatamento não ocorre somente na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica, mas nos quatro cantos do país.
Urbanismo
O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam de amplas áreas nas cidades metropolitanas, para a construção de condomínios residenciais, pólos industriais e projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas.
Queimadas
Confundidas frequentemente com incêndios florestais, as queimadas são também associadas ao desmatamento. Na realidade, mais de 95% delas ocorrem em áreas já desmatadas, caracterizadas como queimadas agrícolas.
As queimadas estão associadas aos sistemas de produção mais primitivos, como os de caça e coleta dos indígenas. O fogo está presente na agricultura mais intensiva e moderna, promovendo a queima da palha de cana-de-açúcar, algodão e cereais . Os agricultores queimam resíduos de colheita para combater pragas, para reduzir as populações de carrapatos ou para renovar as pastagens.
No caso da Amazônia, o fogo é o único meio viável para eliminar a massa vegetal e liberar áreas de solo nu para plantio. Mesmo assim são necessários cerca de oito anos para que a área fique limpa para a prática agrícola.
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Os incêndios florestais são de natureza acidental, indesejados e difíceis de controlar. Na Mata Atlântica e na floresta tropical úmida, um incêndio em vegetação primária é muito difícil de ocorrer e se propagar. As plantas continuam verdes e com grandes quantidades de água em seus tecidos. Pela mesma razão, incêndios florestais na Amazônia são quase impossíveis de acontecer.
O Brasil é um dos únicos países do mundo a dispor de um sistema orbital de monitoramento de queimadas absolutamente operacional. Dezenas de mapas de localização são gerados por semana, e, neste trabalho, são apresentados dados quantitativos do monitoramento orbital das queimadas ocorridas na Amazônia.
Impacto ambiental
Os principais danos causados pelos desmatamentos e queimadas são a destruição da vegetação, de habitats, a morte de animais, a extinção local de espécies, a perda de matéria orgânica no solo e a sua exposição à erosão. Além disso, contribuem também para o efeito estufa com a liberação de grandes quantidades de gás carbônico para a atmosfera. Também interferem na vegetação, na biodiversidade e na saúde humana. Indiretamente, as queimadas e diretamente o desmatamento comprometem até as nascentes e a qualidade dos recursos hídricos de superfície. Várias pesquisas científicas recentes estão ajudando a compreender a real dimensão deste impacto, em particular no caso da Amazônia.
São muitos os tipos de queimadas, envolvendo vegetações diferentes. Uma pastagem adubada pode gerar determinados gases, em particular óxidos nítricos, em quantidade muito superior a de uma pastagem que não recebeu fertilizantes.
Devido a complexidade do tema e o caráter agrícola dominante das queimadas pode-se perguntar, qual o custo-benefício dessa tecnologia da era neolítica utilizada amplamente pela agricultura brasileira?
Podemos responder com certa margem de segurança que não trás nenhum benefício econômico, pois comprometem os recursos naturais não renováveis e, a destruição destes, não há preço que pague a sua recuperação original. Como a maioria das propriedades já não possuem mais florestas nativas para serem delimitadas como “Reserva Legal”, foi promulgada uma lei complementar de no 8.171, de 18 de janeiro
de 1991, obrigando esses proprietários a reflorestarem uma área equivalente
a 1/30 por ano, até completar a área exigida de 20% da propriedade.
Concluindo podemos afirmar com certeza que as práticas de queimadas e desmatamento devem ser condenadas, pois são predadoras e que atingem a biodiversidade e que de maneira alguma elas significam benefício econômico, e sim empobrecimento dos ecossistemas e a degradação da biodiversidade. As práticas de queimadas e desmatamento são contrárias aos princípios da sustentabilidade do planeta conforme constatado na carta de intenções da ECO 92, subscrita por representantes de 150 países.
A falta de recursos financeiros para os órgãos fiscalizadores atuarem é um dos impedimentos para intensificar a fiscalização e aplicação de multas aos infratores.

Arruda

Sites de pesquisa:
http://www.agrosoft.org.br/agropag/211164.htm
http://www.tree4life.com/desmata3.htm
http://www.suapesquisa.com/desmatamento/
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/desmatamento/quemadas-e-desmatamentos.php

CHILDREN SEE CHILDREN DO


Dúvidas frequentes que rondam a cabeça dos pais e professor: como educar?
A convivência diária que tenho com meus filhos, sobrinhos e alunado, me faz acreditar, pela experiência de vida, que:
“as crianças vêem, as crianças fazem.”
Por indicação de uma professora assisti o vídeo, Children See Children Do, que mostra uma campanha que tenta despertar na população a necessidade de darmos sempre bons exemplos para nossas crianças. O filme mostra como nosso comportamento influência diretamente na construção do comportamento de nossos filhos e alunos, ou seja, na identidade que eles vão formar em si mesmos, para conviver no dia a dia com os outros, e também na sua vida adulta.
Se os pais tratarem os filhos com valores éticos de convivência apropriado nos primeiros anos de vida, e tratá-los de maneira que percebam a importância de fatores como amor, respeito e união, muitos problemas poderão ser evitados. O desenvolvimento do caráter é uma tarefa muito ampla, porque inclui basicamente tudo — conduta, pensamentos, atitudes, desejos e emoções, e isto é evidenciado no vídeo. A maior parte dos pais convivem muito pouco com seus filhos durante o dia, pois o trabalho lhe tira esse tempo de convivência.
Quando uma criança em casa ou na escola bate o pé e diz : Não!, nós começamos a nos perguntar : “ Como conseguir que ele diga Sim?”
O comportamento e as atitudes dos pais e dos professores no seu convívio com os outros é observado pelas crianças, e isto gera a construção dos seu caráter. Se os pais ou professores demonstram uma ação de respeito, ética, amor e educação na hora de resolver uma situação adversa na frente das crianças ou adolescentes, certamente eles vendo aquela atitude positiva vão agir igual, quando se deparar com uma situação semelhante. No entanto, se os pais ou professores agirem com uma atitude negativa para resolver uma situação adversa, as crianças também vão fazer o mesmo, quando se sentirem ameaçadas, e agir negativamente.
Todas as crianças e adolescentes precisam ser treinadas, orientadas, instruídas e disciplinadas com amor, para serem felizes, normais e bem-ajustadas quando crescerem. É preciso empregar limites. A ação dos pais ou professores influenciam no caráter da criança, quer positiva ou negativamente. Apesar de sabermos que as decisões que eles tomarem ao crescer serão determinantes para resultado final em suas vidas, é a nossa responsabilidade orientá-los para serem capazes na tomada das decisões certas.
Em reuniões pedagógicas, na minha escola, vejo que os professores apontam corretamente para os pais a responsabilidade de educar, mas não vejo uma posição de "parceira" para resolver esta situação. De 1970 a 2008 houve um aumento de mais de 35% da presença das mulheres no mercado de trabalho (a maioria delas casada e mãe ). O tempo para influenciar na educação dos filhos, educando e moldando seu caráter se tornou muito pequeno, e alguma família, muitas vezes só se dá conta dos efeitos negativos desse estilo de vida da sociedade moderna, quando se deparam com as manchetes que falam sobre o aumento absurdo de jovens com problemas de drogas, alcoolismo, envolvidos em casos de violência.
Problemas esses que se tornam cada vez mais frequente nos noticiários, e que muitos acreditam estarem muito longe de suas casas. As influências sociais e tecnológicas na vida de nossos filhos com certeza são muito maiores e mais fortes do que no tempo de nossas avós.
Não adianta só ficar em casa com os filhos se não haver uma conversa de amigo e uma abertura que possibilite uma relação de compreensão para uma conversa franca e mostrar o caminho dos limites nas relações de convivência.
Concluindo posso afirmar que acredito que a educação começa em casa, mas na escola também, pois o comportamento dos professores vai contribuir na formação do caráter e da identidade dos alunos.
Arruda

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