domingo, 23 de agosto de 2009

QUEIMADAS E DESMATAMENTO

DESMATAMENTO E QUEIMADAS

Resgate histórico
O assunto é complexo. Observando com preocupação os estudos sobre os impactos que as pessoas têm proporcionado na Biosfera, creio que o momento não é somente de reflexão, mas também de ação para impedir o avanço da destruição da biodiversidade do Planeta.
A consciência ambiental do ser humano está alertando para a necessidade da preservação dos ecossistemas. Governos de diversos países e ONGs ambientalistas tem atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater os crimes ecológicos. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio dos ecossistemas e de tem um significado singular para o funcionamento climático do Planeta e manter vivo todo o sistema genético da Biodiversidade.
No Brasil as práticas do desmatamento e das queimadas são ações culturais desde a época do descobrimento do Brasil, quando por aqui chegaram os portugueses, por volta de 1500. Interessados no lucro com a venda das toras do pau-brasil para a Europa iniciaram a exploração do desflorestamento da Mata Atlântica.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, as empresas madereiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Relatórios de instituições ambientalistas apontam que no ano de 2000, o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais triste, pois apenas 9% da mata sobrevive a cobertura original de 1500.
Constatei também, em alguns textos de pesquisa, que a agricultura de derrubada e queimada fazem parte das práticas das populações indígenas da Amazônia há milhares de anos. Segundo Salm (2004), as características fisionômicas de grande parte das florestas de transição da Amazônia são interpretadas como resultado da ação antropogênica de sociedades pré-colombianas (Ballée & Campbell, 1990). De fato, as áreas de florestas com palmeiras que cobrem cerca de 20 milhões de hectares na Amazônia parecem ser resultadas de ação humana intensiva de uso dos ecossistemas nativos ao longo de milhares de anos (May et al., 1985).
Em qualquer parte que se anda é constatado que o desmatamento não ocorre somente na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica, mas nos quatro cantos do país.
Urbanismo
O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam de amplas áreas nas cidades metropolitanas, para a construção de condomínios residenciais, pólos industriais e projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas.
Queimadas
Confundidas frequentemente com incêndios florestais, as queimadas são também associadas ao desmatamento. Na realidade, mais de 95% delas ocorrem em áreas já desmatadas, caracterizadas como queimadas agrícolas.
As queimadas estão associadas aos sistemas de produção mais primitivos, como os de caça e coleta dos indígenas. O fogo está presente na agricultura mais intensiva e moderna, promovendo a queima da palha de cana-de-açúcar, algodão e cereais . Os agricultores queimam resíduos de colheita para combater pragas, para reduzir as populações de carrapatos ou para renovar as pastagens.
No caso da Amazônia, o fogo é o único meio viável para eliminar a massa vegetal e liberar áreas de solo nu para plantio. Mesmo assim são necessários cerca de oito anos para que a área fique limpa para a prática agrícola.
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Os incêndios florestais são de natureza acidental, indesejados e difíceis de controlar. Na Mata Atlântica e na floresta tropical úmida, um incêndio em vegetação primária é muito difícil de ocorrer e se propagar. As plantas continuam verdes e com grandes quantidades de água em seus tecidos. Pela mesma razão, incêndios florestais na Amazônia são quase impossíveis de acontecer.
O Brasil é um dos únicos países do mundo a dispor de um sistema orbital de monitoramento de queimadas absolutamente operacional. Dezenas de mapas de localização são gerados por semana, e, neste trabalho, são apresentados dados quantitativos do monitoramento orbital das queimadas ocorridas na Amazônia.
Impacto ambiental
Os principais danos causados pelos desmatamentos e queimadas são a destruição da vegetação, de habitats, a morte de animais, a extinção local de espécies, a perda de matéria orgânica no solo e a sua exposição à erosão. Além disso, contribuem também para o efeito estufa com a liberação de grandes quantidades de gás carbônico para a atmosfera. Também interferem na vegetação, na biodiversidade e na saúde humana. Indiretamente, as queimadas e diretamente o desmatamento comprometem até as nascentes e a qualidade dos recursos hídricos de superfície. Várias pesquisas científicas recentes estão ajudando a compreender a real dimensão deste impacto, em particular no caso da Amazônia.
São muitos os tipos de queimadas, envolvendo vegetações diferentes. Uma pastagem adubada pode gerar determinados gases, em particular óxidos nítricos, em quantidade muito superior a de uma pastagem que não recebeu fertilizantes.
Devido a complexidade do tema e o caráter agrícola dominante das queimadas pode-se perguntar, qual o custo-benefício dessa tecnologia da era neolítica utilizada amplamente pela agricultura brasileira?
Podemos responder com certa margem de segurança que não trás nenhum benefício econômico, pois comprometem os recursos naturais não renováveis e, a destruição destes, não há preço que pague a sua recuperação original. Como a maioria das propriedades já não possuem mais florestas nativas para serem delimitadas como “Reserva Legal”, foi promulgada uma lei complementar de no 8.171, de 18 de janeiro
de 1991, obrigando esses proprietários a reflorestarem uma área equivalente
a 1/30 por ano, até completar a área exigida de 20% da propriedade.
Concluindo podemos afirmar com certeza que as práticas de queimadas e desmatamento devem ser condenadas, pois são predadoras e que atingem a biodiversidade e que de maneira alguma elas significam benefício econômico, e sim empobrecimento dos ecossistemas e a degradação da biodiversidade. As práticas de queimadas e desmatamento são contrárias aos princípios da sustentabilidade do planeta conforme constatado na carta de intenções da ECO 92, subscrita por representantes de 150 países.
A falta de recursos financeiros para os órgãos fiscalizadores atuarem é um dos impedimentos para intensificar a fiscalização e aplicação de multas aos infratores.

Arruda

Sites de pesquisa:
http://www.agrosoft.org.br/agropag/211164.htm
http://www.tree4life.com/desmata3.htm
http://www.suapesquisa.com/desmatamento/
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/desmatamento/quemadas-e-desmatamentos.php

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