terça-feira, 2 de outubro de 2012

EDUCAÇÃO BELINGUE OPORTUNIZA AO SURDO A INCLUSÃO SOCIAL BICULTURAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS - REGESD
DisicIplina: Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Professora: Liliane Ferrari Giordani
Acadêmico: Vilson Antonio da Costa Arruda


A educação Belíngue oportuniza ao surdo a inclusão social bicultural.

A linguagem permite ao homem estruturar seu pensamento, traduzir o que sente, registrar o que conhece e comunicar-se com outros homens. Ela marca o ingresso do homem na cultura, construindo-o como sujeito capaz de produzir transformações nunca antes imaginadas.


O texto sugerido para leitura explica que a história dos surdos, a pedagogia e as políticas sociais têm sido elaboradas sempre sob uma perspectiva dos ouvintes, por serem a maioria dominante e não para as pessoas surdas que fazem parte de uma minoria excluída. No contexto social histórico essas pessoas que não escutam por motivos clínicos, eram consideradas anormais e que apresentavam um atraso intelectual. A história, inclusive registra, que na antiguidade, no ano 753 a.C., o Imperador Rômulo decretou que as crianças que apresentassem tal deficiência auditiva deveriam ser sacrificadas até os três anos de idade. Os surdos que escapavam de tal lei absurda eram tratados com compaixão, aprendiam a fazer trabalhos manuais, viviam em monastérios, e não tinham formação educacional.

A educação dominante, atual, é baseada na oralidade, cujo modelo prioriza a educação ouvinte e que cria sérias consequências para o desenvolvimento e aprendizagem da criança surda, principalmente, na fase da escolaridade. Nas escolas brasileiras todos os espaços, os materiais didáticos e a organização curricular são preparados para o modelo ouvinte, o que tem marginalizado a comunidade surda que possui a sua própria identidade cultural e social.

Para garantir a escolarização inclusiva aos surdos, os profissionais da área pedagógica repensaram as questões relacionadas à questão das crianças surdas, trazendo para a sala de aula os sinais utilizados pelas comunidades das pessoas surdas, o que originou um novo modelo pedagógico de comunicação Bilíngue. Nessa proposta os surdos, além de aprenderem a Língua Portuguesa também aprendem a Língua de Sinais (LS – Libras).

Dessa maneira o surdo vive numa possibilidade bicultural imprimindo traços de identidade distinta, e a partir deste marco construir uma identidade própria num meio social colaborativo e inclusivo.

Então, é fundamental que os professores de sala de aula aprofundem seus conhecimentos sobre a importância da Libras, que aponta caminhos possíveis de comunicação e socialização entre surdos e ouvintes. Caso isso não venha acontecer, certamente implicará em risco de não vislumbrar progressos significativos das pessoas surdas, porque continuaremos a persistir em problemas de comunicação.

Com a minha experiência, de 32 anos, atuando no magistério, principalmente em sala de aula, acredito que os problemas no ensino aprendizagem dos cidadãos surdos decorrem da ausência da língua de sinais nas escolas como uma forma de língua de domínio pleno. A Libras permite aos surdos, outra perspectiva em relação à língua escrita. Dessa forma as atividades desenvolvidas devem ser em Libras, com uma posterior leitura e escrita de textos em Língua Portuguesa, o que com certeza facilitará uma melhor compreensão dos conteúdos, pelos alunos sem audição.

As pesquisas apontam que as práticas educacionais inclusivas para os alunos surdos têm permitido uma convivência de respeito e aprendizagem integral do aluno na escola e no meio social. O aluno com as inovadoras práticas pedagógicas tem desenvolvido melhor o saber cognitivo. Com o advento da Língua de Sinais nas escolas especiais e a formação de professores para trabalhar com esses alunos nas escolas regulares, observa-se que os alunos surdos têm melhor desempenho na aprendizagem.



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