UNIVERSIDADE FEDERAL DO RS - UFRGS - REGESD
Disciplina: Prática Doscente no ensino de Bilologia
Professora: Maristela Pedrini
ALUNO: Vilson Antonio da Costa Arruda – 0178662 - Pólo: POA
Postagem da Reflexão sobre a sua prática docente, retomando os aspectos mais significativos desde a formação inicial, a fim de destacar:
a)Fragilidades encontradas no ofício de professor de Ciências e Biologia (dificuldades) nas diferentes realidades de atuação;
- Prática Pedagógica: Observo que durante a formação universitária não é informado ao acadêmico prática pedagógica ensinando ao futuro professor como trabalhar os conteúdos na escola no exercício da profissão. Na universidade os professores de Biologia ensinam os conteúdos aos acadêmicos, porém não ensinam como abranger este conteúdo na ação de professor em sala de aula. Então, o professor enquanto aluno aprende determinado conteúdo, mas não aprende como desenvolvê-lo com os alunos em sua escola. Isto para mim é uma falha no currículo universitário.
- Laboratórios: Verifico que na maioria dos colégios faltam laboratórios de ensino com recursos que permitam atrelar o conteúdo à prática, o que enriquece as aulas e, consequentemente, as torna mais interessantes. Na minha escola já tem laboratório, no entanto, o material instrumental disponível é reduzido. Dinheiro para comprar lâminas e lamínulas nunca tem o que muitas vezes inviabiliza as aulas práticas;
- Conteúdos: Observo que não é tarefa fácil o professor escolher os conteúdos apropriados ao contexto de cada escola – como pede a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB – e à realidade científico-tecnológica, que está em constante renovação. Mesmo que se tenha uma idéia clara do programa de ensino, é muito difícil ministrar todos esses conhecimentos tendo à disposição a carga horária destinada às aulas de biologia;
- Carga horária: outro problema é em relação à carga horária no ensino médio. Na minha escola são disponibilizados no currículo dois períodos semanais nas três séries, porém no terceiro ano do ensino médio o conteúdo é muito extenso e em dois períodos o professor tem pouco tempo para trabalhar e conseguir bons resultados;
- Atualização pedagógica: a mantenedora (SEC) não oferece ao logo do ano letivo disponibilidade de tempo para os professores fazerem formação continuada para atualização pedagógica, justificando que não tem professor substituto;
- Salas lotadas: a maioria das escolas as salas de aulas muito lotadas dificultam o atendimento individual dos estudantes, principalmente nas aulas de laboratório. Esta fragilidade repercute literalmente na aprendizagem integral e na avaliação do aluno.
- Livros didáticos: os livros didáticos disponibilizados pelo MEC melhoraram bastante, mas ainda não obedecem a uma sequência lógica. Os assuntos são fragmentados, dificultando que o aluno faça compreensão e se “localize”, relacionando os assuntos programados durante os estudos de competência e habilidades; O ensino não pode ser fragmentado.
- Desinteresse do aluno: outro problema encontrado pelos professores de biologia é quando eles se deparam com alunos desinteressados pelo assunto abordado na aula. Muitas vezes, a aula de biologia torna-se excessivamente expositiva e acaba não motivando a atenção dos alunos.
Salário: o valor do salário miserável que o Estado do RS paga aos profissionais da educação também influencia na motivação e auto-estima dos professores. O Governador Tarso Genro quando ministro criou a lei do básico nacional dizendo que nenhum professor pode ganhar menos que R$ 1.800,00 por 40 horas, mas quando no cargo de governador, Tarso não quer pagar o valor aos professores. Como o salário não é suficiente, o professor realiza bicos para melhorar sua qualidade de vida ou atuar numa carga horária muito superior a sua capacidade. Não deveria, mas essas mazelas interferem na motivação profissional.
b) Potencialidades: aspectos significativos que sinalizam possibilidades do ensino de Ciências e Biologia como meio para a formação de seres humana críticos, reflexivos e comprometidos com as mudanças sociais tão almejadas para este século.
- Numa sociedade altamente competitiva em que vivemos acredito que para a formação deste novo aluno, cidadão - critico e reflexivo, o professor de Ciências no ensino fundamental e Biologia no ensino médio precisa atuar também de maneira crítica e reflexiva, um professor dotado de capacidades intelectuais, capaz de instigar o pensamento critico no aluno. Para isso o professor deve pesquisar e construir o conhecimento, atuando como um intelectual transformador.
O professor pode adotar uma postura democrática-critica frente à realidade que aí está, atuando de forma responsável, partícipes do contexto social no qual estão inseridos não meramente como críticos, mas como sujeitos reflexivos, capazes de perceber a realidade e a partir dela assumir coerentemente uma postura educativa, capaz de promover transformações educacionais e sociais, a postura de intelectual transformador, capaz de pesquisar e produzir o próprio conhecimento.
"Aprender a aprender e saber pensar são habilidades que o professor e o aluno devem procurar desenvolver, se o que se quer é educar para um mundo de oportunidades mais equalizador".(DEMO 2002, p. 30).
Freire (1997, in KINCHELOE 1997 p. 71) comenta a importância da pesquisa-ação critica como uma importante ferramenta de ensino, sendo os alunos engajados nas pesquisas e ao mesmo tempo, encoraja os professores a refletirem sobre seu próprio pensamento, fortalecendo um diálogo com outros profissionais, dentro e fora da escola. Assim, estariam pensando mais criticamente sobre a formação de suas consciências. Argumenta ainda que "a pesquisa é democrática devido às trocas de conhecimentos que ocorre durante a pesquisa".
Entendo que o professor trabalhando com os alunos e atividades em grupo promove a integração social e coletiva de convivência. Trabalhar associando a teoria a prática na vida cotidiana do aluno possibilita motivação para o aluno ficar atento as aulas e objetivos planejados.
O professor deve manter o diálogo aberto como princípio metodológico tanto com os alunos como com os pais ou responsáveis.
Concluo que o professor deve então produzir o próprio conhecimento, assumindo a postura de pós-formal, capaz de pensar sobre o próprio conhecimento através de pesquisas, ser democrático e conhecer o outro e examinar diariamente suas aulas e suas atitudes cotidianas, ensinando com amor e dedicação, formando alunos cidadãos. Ensinar com aplicação e construção de projetos sustentáveis é uma forma de humanizar e formar alunos críticos, reflexivos e comprometidos com a cidadania.
AVALIAÇÃO DA PROFESSORA
Caro Vilson!
Com sua experiência e visão crítica pontuaste grandes questões que envolvem a docência. Porém, com propriedade, também apresentaste que há esperança para que a educação possa atingir seu propósito quando afirmas “o professor deve então produzir o próprio conhecimento, assumindo a postura de pós-formal, capaz de pensar sobre o próprio conhecimento através de pesquisas, ser democrático e conhecer o outro e examinar diariamente suas aulas e suas atitudes cotidianas, ensinando com amor e dedicação, formando alunos cidadãos. Ensinar com aplicação e construção de projetos sustentáveis é uma forma de humanizar e formar alunos críticos, reflexivos e comprometidos com a cidadania.”
Parabéns! Siga com entusiasmo!
Abraços!
Profª Maristela
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