segunda-feira, 1 de agosto de 2011

VIAMÃO: ASSISTÊNCIA SOCIAL VISITA ALDEIA INDÍGENA MBYA GUARANI - EM ITAPUÃ

Assistência Social visita
aldeia indígena de Itapuã


CADASTRADAMENTO DO POVO INDÍGENA EM VIAMÃO

CRIANÇAS INDÍGENAS FELIZES AO RECEBER OS AGASALHOS

 O CACIQUE NHÉKATU DE CAPÉU RECEBE DOAÇÕES PARA AQUECER O INVERNO DA TRIBO

Texto e fotos: Natália Maciel

A Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social visitou, na manhã de sábado (30), pela primeira vez, a aldeia indígena de Itapuã. Na ocasião, 1.090 peças de roupas e 90 pares de calçados foram doados, ação que faz parte da Campanha do Agasalho.
A secretária de Cidadania e Assistência Social, Lucia Noronha, ressaltou a importância do encontro. “Viemos aqui como prefeitura para, além de fazer as doações, discutir as necessidades da comunidade e quais as prioridades”, afirmou. Os agasalhos foram entregues ao cacique da aldeia, Turíbio Nhékatu Gomes, que ficou responsável por distribuí-los ao restante dos índios.
Demonstrando interesse em resolver as dificuldades do povo, também estavam presentes no local assistentes sociais dos Cras da zona rural, coordenares e as responsáveis pelo Bolsa Família no município. “A secretaria também está realizando o cadastro das famílias para o encaminhamento ao Cras e ao Bolsa Família”, afirmou a coordenadora do Cras Águas Claras e Itapuã, Neusa Quintana.
Não foi preciso entender o guarani para perceber que todos ficaram muito felizes com a doação e com os cadastros realizados. Em agradecimento, os representantes da secretaria receberam de presente colares feitos pelas índias, além da ótima recepção.
Além disso, a partir de hoje, dia 1º, a comunidade indígena estará assistindo a aulas no galpão que se encontra no local. “Já temos um professor a caminho, que virá ensinar a nossa população”, contou, feliz, o cacique Nhékatu.

Os Guaranis em Viamão

A relação de um indígena da etnia Mbya Guarani, como os que vivem em Viamão, é diferente de um indígena de uma outra etnia, como os Kaingang, presentes em outras regiões do estado do Rio Grande do Sul.
A questão da mobilidade entre os Guarani é fundamental para se compreender outros aspectos da sua cultura. Eles estão constantemente em trânsito, a convite de parentes, visitas a xamãs, casamentos, etc. Essa característica marcante dos Mbya não é considerada adequadamente na maioria dos processos de demarcação oficial e, portanto, artificial dos seus territórios.
Segundo a antropóloga Maria Inês Ladeira: “[...] O território ou mundo Guarani Mbya, enquanto espaço cartográfico e geográfico, é fragmentado e compartilhado por diferentes sociedades e grupos sociais. Em contraposição, as aldeias ou tekoa – “lugar onde vivem segundo seus costumes e leis” – não podem abrigar outros grupos humanos. O espaço físico de um tekoa deve conter recursos naturais preservados e permitir a privacidade da comunidade.
Entretanto, a fragmentação atual das aldeias, definidas por limites artificiais em função do reconhecimento público e oficial de outras ocupações (tais como fazendas, loteamentos, estradas, projetos de abastecimento etc.), inviabiliza-as enquanto espaço que garanta a subsistência da própria comunidade

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