VIAMÃO: DIRETOR DA GUARDA MUNICIPAL, HÉLIO DUARTE, É DENUNCIADO NO MINISTÉRIO PÚBLICO POR SUPOSTO ABUSO DE PODER

DIRETOR DA GUARDA MUNICIPAL É DENUNCIADO NO MINISTÉRIO PÚBLICO POR ABUSO DE PODER E PERSEGUIÇÃO A VIGILANTES.


“O Diretor dos vigilantes municipais, Hélio Nunes Duarte, utiliza o carro oficial da prefeitura de Viamão para ir a festas de batuque na vila”, garante o guarda municipal, Rogério Rosa no MP

A crise no Departamento de Vigilância da Prefeitura de Viamão parece não ter fim. O clima é tenso, conturbado e de enfrentamento. O prefeito Alex Boscaini (PT) empenhado na campanha eleitoral parece não se preocupar em resolver a situação, e o conflito continua sem solução desde o início do ano.

Segundo os vigilantes, o pivô do conflito é o Diretor do Departamento, Hélio Nunes Duarte (PT), que tem agido com abuso de poder, protecionismo para com alguns vigilantes e perseguição a outros agentes. As queixas estão registradas na Delegacia de Polícia e no Ministério Público. Um dos casos já está sendo analisado pela magistratura no Fórum de Viamão.

Hélio, segundo os denunciantes, é amigo e segurança pessoal do prefeito Alex Boscaini (PT) e é contratado como Cargo de Confiança do prefeito. “Ele é o capitão do mato que persegue os irmãozinhos”, diz o vigilante Arlei Silva que é filiado ao Partido dos Trabalhadores e pertence à corrente política “Força PT”, a mesma do prefeito.

O funcionário-vigilante da prefeitura de Viamão, João Vilmar Sartori Júnior, 53 anos, está indignado e diz que está sendo veemente perseguido em seu trabalho pelo prefeito Alex Boscaini e pelo seu chefe superior, Hélio Nunes Duarte, Diretor de Vigilância da prefeitura. “Estou em licença de saúde e iniciei o tratamento psiquiátrico por “depressão” em 2009, pois não aguento mais esses atos de repressão que estão me submetendo em meu local de trabalho, e que está se estendendo até os dias atuais”, garante Sartori. “Agora, passaram a pagar o meu salário, que já é mixuruca, com perna curta”, denuncia. Ele acredita que é perseguido por motivos políticos já que não assinou ficha no partido do prefeito.

O vigilante Arlei Rodrigues da Silva, 39 anos, concursado, também está indignado com a repressão. “Quando o Diretor Hélio, não gosta de um vigilante ele persegue o cara para ver se ele pede demissão da prefeitura”, diz Silva. O vigilante também conta que o Diretor obriga os guardas a trabalharem com fardamento, e quando estão sem a farda ele não deixa ficar no serviço e, o pior, registra falta não-justificada. “Como podemos trabalhar todo dia fardado se a prefeitura oferece apenas uma calça e duas camisas? Se for cumprir o exigido, teremos que ir ao serviço com roupa suja”, afirma indignado o vigilante que registrou queixa na Delegacia de Polícia, no dia 4 de maio deste ano, alegando assédio moral e abuso de poder. “Ele infunde nos vigilantes a grave ameaça necessária para constrangê-los e isso a categoria não vai mais tolerar”, avisa o guarda Rogério Rosa, um dos denunciantes no Ministério Público, continuando declara “O Diretor dos vigilantes, Hélio Nunes Duarte, utiliza o carro oficial da prefeitura de Viamão para ir a festas de batuque na vila”, declara Rogério, na audiência com a promotora no Ministério Público.

O Ministério Público encaminhou a denúncia de Improbidade Administrativa ao Juiz, Sandro Antonio da Silva, da Primeira Vara Civil do Fórum de Viamão. O Juiz se manifesta no processo judicial da seguinte forma: “Este singelo fato restou confirmado pelo informante Rogério, com riqueza de detalhes, e pelas testemunhas ouvidas, Edison e Henrique, onde o depoimento do informante não se choca com os das testemunhas”, afirmou o Magistrado no seu despacho.

O vigilante Silva revela que o prefeito formou o Pelotão Municipal Especial para atuar em eventos da prefeitura. Ele diz que fez o curso exigido e na avaliação ficou em sétimo lugar na classificação final, mas não foi chamado para compor este grupo. No entanto, outros vigilantes que não realizaram o curso, ou foram reprovados, mas protegidos pelo Diretor Hélio Duarte foram chamados para compor o grupo principal do Pelotão Especial. “Isso é uma vergonha, pois quando construímos o PT acreditávamos no princípio da transparência e na ética, mas agora pelo visto isso deixou de existir”, conclui Silva.