sexta-feira, 29 de julho de 2011

VIAMÃO: HOSPITAL DE VIAMÃO TEM PREJUÍZO DE R$ 211 MIL MENSAL

Um aparelho de Raio X, tipo Arco em C, quebrado há cerca de dois meses, impediu a cirurgia de urgência ao trabalhador Paulo Rafael Nunes Teixeira, 28 anos.


APARELHO DE RAIO X TIPO C ESTÁ AVARIADO HÁ CERCA DE DOIS MESES

Texto e fotos: Vilson Arruda Fº


Já faz alguns anos que o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre é o atual mantenedor do hospital de Viamão. Nesse tempo o hospital já trocou de administrador técnico pelo menos umas três vezes. Todos tentaram através de técnicas administrativas, mas sem êxito, fazer com que as contas da casa de saúde se tornassem equilibradas.

Mesmo sendo considerado o estabelecimento referência em cirurgia de média complexidade em traumatologia na região, a situação não é das melhores, pois o livro caixa vem operando com um prejuízo mensal de R$ 211 mil. Isto ficou evidente quando o trabalhador, Paulo Rafael Nunes Teixeira, sofreu um acidente e precisava ser operado em uma perna, mas isso não foi possível porque um aparelho indispesável, o Raio X tipo Arco em C, esta avariado há quase dois meses.

O atual diretor técnico administrativo do hospital, Alexandre de Britto, que também é cirurgião, disse que sem esse equipamento os médicos só podem realizar operações mais simples. “Estamos providenciando na compra de um aparelho novo, em 15 dias, pois este já passou da vida útil, e está muito velho. “Mandamos fazer uma revisão há poucos meses, e gastamos R$18 mil, mas já avariou novamente”, garantiu.
“O hospital é da comunidade de Viamão e tem certificado de filantropia e também não tem fins lucrativos. Em vista disso estamos lutando com dificuldades para manter o hospital aberto, pois o nosso atendimento diário é de mais de 70% somente para os pacientes do SUS”, conta o diretor.

O custo mensal do hospital para o atendimento via SUS é de R$ 1,2 milhão, enquanto, que o repasse público é de R$ 989 mil, gerando um déficit aproximando de R$ 211 mil/mês. Britto explica que os repasses não cobrem os custos. “Mensalmente, a prefeitura de Viamão repassa, R$ 300 mil; o estado do RS mais 650 mil, e o governo federal contribui com apenas R$ 39 mil”, argumenta.
Quanto ao SUS a forma de serviço é chamado de contratualizado. Anualmente, o Estado é que estabelece as metas e as quantidades do atendimento num acerto administrativo que devemos realizar ao longo do mês com atendimentos de traumato, gineco, partos, clínicos, pediatria, cirurgia de visícula, e o uso de 88 leitos, e o governo do Estado paga por esse serviço um valor de R$ 650 mil /mês.

“O dinheiro que vem da prefeitura de Viamão e do governo federal é só para oS atendimentoS dos pacientes no setor de emergência,” explica Britto. Ele garante que o dinheiro não chega, e por isso acredita que o contrato com a prefeitura tem que ser melhorado. “Se a prefeitura em vez de repassar R$ 300 mil, reapassasse R$ 450, haveria equilíbrio financeiro e poderíamos investir mais no hospital e no melhor atendimento aos usuários”, acrddita Britto.
Segundo o Diretor, o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre é que está arcando com este prejuízo. “Para suprir esse déficit, nós estamos tirando do superávit de lá do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre e botando aqui no hospital de Viamão todos os meses mais de R$ 200 mil”, informa categórico.
Mesmo com todos esses problemas financeiros ele diz manter uma equipe médica diária tanto nos dias de semana, como nos sábados, domingos e feriados, composta por nove profissionais: dois pediátras, dois cirurgiões, dois clínicos, um gineco obstetra, um anestesista e um médico na UTI. Além disso um quadro de enfermeiros e de pessoal de apoio.
O que tem acontecido é que quando falta um dos nove plantonista nos finais de semana, ai sim, cria um problema administrativo, pois aí, começa acumular pessoas na emergência.

“Nós prentendemos reverter esse quadro aumentando a produção, melhorando os serviços do hospital, aumentando a credibilidade do hospital porque muitas pessoas não acreditam neste estabelecimento, porque as pesquisas mostram que muitas pessoas, ao longos dos anos, tiveram experiências ruins quando passaram por aqui e então ha um descrétido das comunidade em relação ao hospital”, conta preocupado.
Britto diz que a direção irá qualificar mais os serviços e oferecer melhores serviços para a população, por exemplo: “Nós temos um bloco cirúrgico ocioso e queremos fazer mais cirurgias. Temos um centro obstétrico ocioso. Queremos fazer mais partos aqui no hospital. A maioria das gestantes de Viamão vão ganhar os filhos em Porto Alegre”, conta.

Ele informa preocupado que outro problema atual é que os médicos não querem vir trabalhar no hospital de Viamão porque existe aquela mácula de que o hospital de Viamão é tipo um Postão e tem muita gente para atender diárimente, e o salário é pouco. “Nós estamos tentando reverter essa situação. Inclusive o a direção do deste hospital está abrindo as portas para todos médicos de Viamão se candidate para vir tabalhar aqui com a gente”, convida o administrador.

O cirurgião e diretor do Hospital, Alexandre Britto, sugere que para solucionar a gestão pública da sáude, em Viamão, é necessário ampliar o atendimento primário em saúde, que consciste em fazer a prevenção atendendo nos Postos de Saúde do município todos os diabéticos, todos hipertensos e pacientes com doenças crônicas, e aí virão até a emergência do hospital somente aqueles que realmente têm problemas grave de emergência. “Se não fizerem isso é o mesmo que tapar o sol com a peneira”, diz.
A prefeitura para melhorar o seu sistema de saúde municipal fez uma contratação de serviços de emergência com o hospital, que custa R$ 300 mil. "O que está errado nesse convênio é que ele se tornou insuficiente, e precisa ser melhorado financeiramente.

Avaliando o atendimento da emergência no hospital, o administrador Britto, disse “que o serviço é razoável, mas vai ficar bem melhor, mas para isso é só melhorarem a questão financeira”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores